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Cidades/Geral
Segunda - 17 de Junho de 2019 às 11:23
Por: ​Investigação mostra que milhões de reais destinados à saúde dos índios foram desviados

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G1

O dono de uma empresa que fornecia alimentação para índios atendidos no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó, município de Colíder, a 648 km de Cuiabá, é suspeito de ter desviado R$ 2,5 milhões.

As investigações descobriram que o dinheiro desviado era repartido entre lideranças indígenas e servidores do DSEI.

O dono da empresa, também em Colíder, foi preso nessa operação e encaminhado ao Presídio Osvaldo Florentino Leite Ferreira, (Ferrugem), em Sinop, a 503 km de Cuiabá.

Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó, município de Colíder, foi alvo da Operação Kitsune — Foto: Arquivo pessoalDistrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó, município de Colíder, foi alvo da Operação Kitsune — Foto: Arquivo pessoal

Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Kaiapó, município de Colíder, foi alvo da Operação Kitsune — Foto: Arquivo pessoal

De acordo com o delegado da PF, Samir Zugaibe, as refeições eram de um contrato de R$ 5 milhões. Desse valor, a empresa desviou R$ 2,5 milhões.

Os servidores dizem que o DSEI não tem estrutura, como camas ou banheiro, necessárias para atender os indígenas.

O cacique da região, Puiú Txucarramãe, é o sucessor do cacique Raoni Metuktire. Puiú foi afastado do cargo que ocupava no DSEI.

“A empresa foi criada única e exclusivamente para participar e vencer essa licitação. Se eles forneciam 50 refeições por dia, eles acabavam cobrando 150 da União”, disse o delegado.

Os indígenas defendem o cacique e disseram que ele buscava apoio.

O Fantástico não conseguiu contato com o cacique. O dono da empresa foi preso. A reportagem procurou o sócio da empresa, mas ninguém quis falar.

“O empresário alegou que não tinha fraude e que recebia pressão dos indígenas para fornecer alimentação fora do contrato. O cacique recebia dinheiro da empresa”, informou o delegado ao G1.

A empresa fornecia alimentação desde 2012. O empresário vai responder pelos crimes de corrupção ativa, fraude em licitação e associação criminosa.

A investigação continua e os materiais apreendidos serão periciados.

Operação

A Operação Kitsune faz referência à palavra japonesa para raposa. De acordo com o folclore japonês, o ser teria a habilidade de assumir a forma humana. Algumas histórias falam que as kitsunes usam essa habilidade apenas para enganar as pessoas.





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