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Agronegócios
Sexta - 13 de Setembro de 2019 às 09:40
Por: Diário de Cuiabá

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Os cotonicultores estão com margens “apertadíssimas” entre o custo de produção e o preço da pluma. A alta do dólar, do alto preço dos defensivos agrícolas, das sementes e dos fertilizantes, bem como dos preços baixos e da baixa demanda pela cultura, podem contribuir para redução da área plantada na próxima safra, em Mato Grosso. A guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pode ser a luz no fim do túnel. Enquanto isso não é definido, cabe ao cotonicultor retomar as estratégias da atividade agrícola e fazer com excelência o trabalho de casa.

"Esse é mais um momento de desafios para toda a cadeia produtiva do algodão. É um cenário em que especialmente o produtor terá de mostrar conhecimento, ser eficaz nas boas práticas agrícolas e usar a tecnologia. A agronomia permite que a tomada de decisões e a adoção de tecnologia não signifique mais consumo ou custo, e sim informação, a junção do conhecimento científico aplicada a uma atividade", afirma Leandro Zancanaro, diretor técnico da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT.

Se o cenário mais adverso se confirmar, a cultura porá fim há duas safras seguidas de bons resultados e números recordes. O destaque do ciclo 2018/19 foi justamente o algodão, com crescimento de mais de 40% tanto na área plantada quanto na produção. Em volume, a oferta de pluma passa de 1,29 milhão t para 1,81 milhão (40,7%) e em superfície, de 777,8 mil hectares para 1,09 milhão hectares (40,5%).

A seleção das melhores áreas com alto potencial produtivo, o uso da poupança do solo, o plantio de variedades mais precoces, o manejo cultural são algumas das alternativas apontadas por Zancanaro para o cotonicultor conseguir reduzir os custos de produção e aumentar a produtividade. "Tudo isso é muito possível. É um grande desafio para a classe produtora enfrentar esse cenário não muito favorável, mas precisamos olhar para as opções", destacou o diretor técnico durante o XI Encontro Técnico de Algodão, realizado até ontem, em Cuiabá.

Para Daniel Latorraca, superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), mudanças, mesmo que pequenas, podem ocorrer se houver reação do mercado consumidor, como, por exemplo, do mercado asiático. "Se a guerra entre Estado Unidos e a China prolongar talvez possamos fazer frente ao mercado. Mas isso vai depender da área que os cotonicultores irão plantar."

Segundo Latorraca, a preocupação maior é com os produtores que não comercializaram seu produto. Na safra anterior, cerca de 60% da produção já estavam comercializadas com bons preços nessa época do ano. Da safra atual, apenas 44% foram até agora negociados. "Quem não vendeu seu algodão está numa situação complicadíssima. Não há previsão de melhora dos preços e o custo de produção se mantém em patamar elevado. É momento do produtor realmente lançar mão de todo conhecimento que ele tem sobre plantar e colher bem."

O produtor Sergio De Marco - ex-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) e da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) - concorda que o cenário da safra 2019/20 vai exigir muito de toda classe produtora. "Teremos de tirar alternativas da cartola e elas existem. É mais uma oportunidade de criarmos soluções em meio da crise e tomar decisões mais assertivas".





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