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Meio Ambiente
Sexta - 09 de Outubro de 2020 às 08:41
Por: G1-MT

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Foto aérea tirada no dia 7 de agosto mostra área deflorestada da Amazônia em Sinop (MT). — Foto: Florian Plaucheur/ AFP
Foto aérea tirada no dia 7 de agosto mostra área deflorestada da Amazônia em Sinop (MT). — Foto: Florian Plaucheur/ AFP

A Amazônia Legal teve uma área de 964 km² sob alerta de desmatamento em setembro, a segunda maior em cinco anos, mostram dados atualizados nesta sexta-feira (9) pelo Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe). Já o Cerrado teve 458 km² de área sob alerta.

Os alertas foram feitos pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter), que produz sinais diários de alteração na cobertura florestal para áreas maiores que 3 hectares (0,03 km²), tanto para áreas totalmente desmatadas como para aquelas em processo de degradação florestal (exploração de madeira, mineração, queimadas e outras).

Área da Amazônia sob alerta de desmatamento em setembro (2015-20)

Área (em km²)4974976916914034037467461.4541.454964964201520162017201820192020025050075010001250150017502020
964

O sistema aponta áreas com marcas de devastação que precisam ser fiscalizadas pelo Ibama, e não as taxas oficiais de desmatamento (veja detalhes mais abaixo nesta reportagem), que costumam ser maiores do que as registradas pelo Deter.

A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro, e engloba a área de 8 estados (Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) e parte do Maranhão. A maior parte da área desmatada da floresta em setembro foi no Pará (veja gráfico).

Área de desmatamento da Amazônia em setembro, por UF (em km²)

4264261841841571571181183838282812123311ParáMato GrossoRondôniaAmazonasAcreRoraimaMaranhãoTocantinsAmapá0100200300400500

Fonte: Deter/Terra Brasilis/Inpe/MCTIC

Os municípios que mais desmataram foram:

  1. São Félix do Xingu (PA): 70,25 km²
  2. Porto Velho: 68,75 km²
  3. Altamira (PA): 53,12 km²
  4. Lábrea (AM): 42,06 km²
  5. Itaituba (PA): 28,38 km²
  6. Novo Progresso (PA): 28,06 km²
  7. Colzina (MT): 25,23 km²
  8. Portel (PA): 23,05 km²
  9. Rurópolis (PA): 21,45 km²
  10. Placas (PA): 19,97 km²

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Deter x Prodes

Vista aérea de área queimada na Amazônia, perto de Apuí, no Amazonas, no dia 11 de agosto. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Vista aérea de área queimada na Amazônia, perto de Apuí, no Amazonas, no dia 11 de agosto. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Os alertas do Deter não representam, entretanto, a taxa oficial de desmatamento considerada pelo governo – essa é medida por outro sistema do Inpe, o Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite), que trabalha com imagens de melhor resolução espacial.

A taxa oficial é divulgada uma vez por ano e também considera os números de agosto de um ano a julho do ano seguinte. Os dados de 2019-2020 ainda não foram divulgados, mas, no ano passado, a taxa oficial foi 42% maior do que apontavam os satélites do Deter. Os números do Prodes costumam ser, historicamente, maiores do que os do Deter.

Queimadas

Foto mostra tamanduá morto depois de incêndio na Amazônia perto de Mirante do Norte, Rondônia, no dia 20 de agosto. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

Foto mostra tamanduá morto depois de incêndio na Amazônia perto de Mirante do Norte, Rondônia, no dia 20 de agosto. — Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O desmatamento e as queimadas estão relacionados. O fogo é parte da estratégia de "limpeza" do solo que foi desmatado para posteriormente ser usado na pecuária ou no plantio. É o chamado "ciclo de desmatamento da Amazônia".

O número de focos de incêndio registrados na Amazônia de janeiro a setembro deste ano é o maior desde 2010, mostram dados do Inpe. Naquele ano, foram 102.409 pontos de fogo na floresta de 1º de janeiro a 30 de setembro. Em 2020, no mesmo período, foram 76.030 (veja gráfico).

Acumulado de focos de incêndio na Amazônia (jan-set)

Número do mês passado foi o maior desde 2010

102.409102.40930.97930.97953.17753.17733.81833.81849.39049.39058.73158.73156.79356.79370.89270.89246.96846.96866.74966.74976.03076.030Número de focos2010201120122013201420152016201720182019202020k40k60k80k100k120k

Fonte: Inpe

Setembro é, historicamente, o mês com mais focos de incêndio na floresta. Neste ano, houve 32.017 focos do dia 1º a 30 de setembro – uma alta de 61% em relação a setembro de 2019. O número ficou um pouco abaixo da média histórica para o mês, que é de 32.812 focos. A maior alta foi em 2007, com 73.141 registros mensais.

Focos de incêndio na Amazônia: setembro

19.21419.21410.06210.06215.52815.52848.54948.54971.52271.52251.02851.02873.14173.14126.46926.46920.52720.52743.93343.93316.98716.98724.06724.06716.78616.78629.32629.32620.46020.46036.56936.56924.80324.80319.92519.92532.01732.017Número de focos no mês19981999200020012002200320042005200620072008200920102011201220132014201520162017201820192020020k40k60k80k

Fonte: Inpe

O mês passado também foi o pior na história em número de incêndios no Pantanal: foram 6.048 registros. O recorde mensal anterior era de 5.993, de agosto de 2005.





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