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Internacional
Segunda - 05 de Abril de 2021 às 18:47
Por: Galileu

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Resultado de uma parceria entre a Iniciativa Internacional pela Vacina da Aids (Iavi) e o Scripps Research Institute, nos Estados Unidos, uma vacina inédita contra o HIV apresentou resultados promissores em estudo de fase 1.

O imunizante é apontado por pesquisadores como um dos primeiros a superar um dos maiores desafios no desenvolvimento de compostos contra o vírus: estimular a produção pelo organismo dos chamados anticorpos amplamente neutralizantes – ou BNAbs.

Consideradas raras, essas proteínas são capazes de neutralizar diversas cepas de um vírus, mecanismo que representa a principal forma de combater o HIV – uma vez que o agente infeccioso sofre mutações com velocidade notável. Nesta primeira etapa da pesquisa, dos 48 adultos saudáveis que receberam o imunizante, os anticorpos foram observados em amostras sanguíneas de 97% dos voluntários.

Um ponto-chave foi responsável para atingir tal feito, segundo William Schief, diretor executivo do Centro de Anticorpos Neutralizantes (NAC) da Iavi, cujo laboratório foi responsável pela elaboração da vacina: ativar com precisão os linfócitos B, células que estão por trás da secreção dos BNAbs. “Os dados deste ensaio afirmam a capacidade do imunógeno da vacina de fazer isso”, assegura o imunologista, em nota à imprensa.

Chamada de “direcionamento de linha germinativa”, a estratégia adotada pelos pesquisadores consiste em direcionar a produção de células B virgens com propriedades específicas, capazes de atacar diferentes variações do HIV. E a aplicação do método, segundo os pesquisadores, pode ir além do vírus causador da aids: vacinas contra outros patógenos desafiadores, como gripe, dengue, zika, hepatite C e malária poderão se beneficiar da técnica. “Acreditamos que esse tipo de engenharia de vacina pode ser aplicado de forma mais ampla, inaugurando uma nova era na vacinologia”, avalia Dennis Burton, presidente do Departamento de Imunologia e Microbiologia da Scripps Research Institute.

Apesar de promissores, os testes com a vacina deverão ter sua eficácia comprovada nos estudos posteriores correspondentes às fases 2 e 3, que envolvem um número maior de voluntários.





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