Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Polícia Brasil
Segunda - 12 de Abril de 2021 às 14:00
Por: Isto É

    Imprimir


A Polícia Civil do Rio de Janeiro recuperou do celular da professora Monique Medeiros uma conversa em que ela relata para uma prima pediatra que o filho, Henry Borel Medeiros, de 4 anos, sentia “medo excessivo de tudo” e, quando via o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (sem partido), chegava a “vomitar e tremer”.

A troca de mensagens com a pediatra, obtida pelo jornal Extra, ocorreu seis dias após Monique ser informada pela babá Thayná de Oliveira Ferreira de que Henry levava bandas e chutes do padrasto.

“Henry está com medo excessivo de tudo, tem um medo intenso de perder os avós, está tendo um sofrimento significativo e prejuízos importantes nas relações sociais, influenciando no rendimento escolar e na dinâmica familiar. Disse até que queria que eu fosse pro céu pra morar com meus pais, em Bangu”, diz trecho da mensagem enviada por Monique para a prima.

Na conversa, a mãe de Henry relata que quando o filho vê o Jairinho, ele “diz que está com sono, que quer dormir e não olha para ele”. “Nunca dormiu sozinho, mas antes ficava no quarto esperando irmos ao banheiro ou levar um lanche, agora se recusa a ficar sozinho, não tem apetite, está sempre prostrado, olhando para baixo, noites inquietas com muitos pesadelos e acordando o tempo inteiro. Chora o dia todo”.

Monique também escreve para a pediatra que iniciou as consultas com uma psicóloga. “Fizemos duas sessões, uma por semana. Você acha que preciso procurar um neuro, psiquiatra, fazer mais sessões por semana? Tem sido muito sofrido para todos nós”, escreveu.

Na sequência, a médica responde: “Acho que agora no início poderia ser duas vezes por semana. Neuro e psiquiatra, não. Infelizmente isso é comum”. Em depoimento, a psicóloga que atendeu Henry disse que foi procurada por Monique pela recusa de Henry em ficar com ela e o padrasto.

Morte de Henry

Henry deu entrada na emergência do Hospital Barra D’Or, no dia 8 de março ,cerca de 18 dias depois da conversa da mãe com a pediatra. De acordo com as médicas que o atenderam, o menino já chegou morto à unidade.

O laudo da necropsia apontou que Henry foi vítima de uma hemorragia interna e laceração hepática, além de lesões como equimoses, hematomas, edemas e contusões pelo corpo.

Monique e o namorado foram presos na quinta-feira (8) após terem a prisão temporária de 30 dias decretada. De acordo com a polícia, os dois teria tentado atrapalhar as investigações da morte da criança. Os investigadores da 16ª DP (Barra da Tijuca) afirmam ainda que o garoto foi assassinado.

Conforme as investigações, o vereador teria praticado pelo menos uma sessão de tortura contra Henry semanas antes da morte da criança. Ainda conforme os investigadores, a mãe de Henry sabia das agressões. Jairinho teria se trancado no quarto para bater no menino no último dia 12 de fevereiro.

No dia seguinte às agressões, o casal teria levado a criança para um hospital particular. Na unidade de saúde, eles relataram que a criança estava mancando e com dores, pois tinha “caído da cama”, mas uma radiografia não mostrou dano à estrutura óssea.

No inquérito que apura a morte de Henry, Monique também alegou que o filho poderia ter caído da cama pouco antes de ser levado sem vida para o hospital. A defesa do casal diz que Henry relatou uma dor no joelho e que Monique o levou ao hospital.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/442046/visualizar/