Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Internacional
Quinta - 29 de Abril de 2021 às 18:05
Por: o Globo

    Imprimir


Ao ser eleito, esperava-se que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fizesse um período de transição, conciliasse os mais moderados entre os democratas com a esquerda. Mas as emergências da hora levaram a mudanças mais profundas em relação a Trump nos seus primeiros 100 dias de governo. A pandemia, a crise econômica e a explosão dos casos de racismo estão levando Biden a propor uma revolução, como defendido por alguns. Uma reviravolta na estrutura da ação do estado, da economia, mas também das questões sociais. Se der certo, marcará o fim da chamada Reaganomics, política de estado pequeno inaugurada por Ronald Reagan há 40 anos.

Seu discurso no Congresso foi marcado por simbolismos, especialmente com a presença feminina em altos cargos. Ao iniciar sua fala, se dirigiu à vice-presidente Kamala Harris e à presidente da Câmara, Nancy Pelosi, dizendo que era o primeiro presidente a pronunciar “madam speaker, madam vice president”. “Já era tempo”, disse ele.

Disse que assumiu o governo com a maior epidemia em 100 anos, a maior crise econômica desde a grande depressão, e a maior crise democrática desde a guerra civil. Em termos de crise econômica, talvez essa crise seja tão grande quanto a enfrentada - e bem - pelo ex-presidente Barack Obama. A grande crise financeira de 2008, com o sistema financeiro desmontando.

Sobre a pandemia, prometeu que em 100 dias vacinaria 100 milhões, mas chegou ao dobro da meta e hoje mais de 200 milhões estão imunizados.

Biden deixou claro também a diferença do governo Trump em relação ao tamanho do estado na economia. Conseguiu aprovar dois projetos trilionários de gastos: o pacote de ajuda a empresas e famílias por causa da pandemia, e depois um pacote de infra-estrutura, inspirado no “New Deal” de Roosevelt. Ao mesmo tempo, quer fazer isto dentro das metas de redução das emissões de gases de efeito estufa. Um plano ousado.

Além disso, agora quer um novo projeto de estímulo à educação, com pagamento dos dois primeiros anos na universidade. Nos Estados Unidos, as grandes faculdades são privadas e o curso superior é muito caro. Anunciou também recursos para creche e apoio às mulheres.

E de onde tirar o dinheiro? Mais impostos sobre os mais ricos, ganhos de capital, pessoas que ganham mais de 400 mil dólares por ano e grandes empresas, disse ele.

Na parte social, falou de racismo e feminismo. Defendeu a proposta que fez de Lei George Floyd de reforma da polícia, para aumentar a proteção aos negros.

Falou algo que é tabu nos Estados Unidos: a restrição à compra, ao porte e à posse de armas, um direito constitucional. Afirmou que sabe que os republicanos pensam diferente, mas quer construir um consenso por conta do alto número de mortes provocadas por arma de fogo. Mais do que necessário.





Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/442578/visualizar/