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Cidades/Geral
Segunda - 28 de Maio de 2012 às 18:49
Por: Renê Dióz

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O comando da Academia de Polícia Militar Costa Verde (APMCV) está apurando indícios de fraudes no vestibular para admissão no Curso de Formação de Oficiais (CFO). Dois cadetes teriam ingressado sem fazer as provas teóricas de 2009/2010 e 2010/2011, elaboradas pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), as quais teriam sido respondidas no lugar deles por uma terceira pessoa.

“A gente pode estar diante de um esquema bem organizado de fraude”, resume o comandante da Academia, tenente-coronel Otomar Pereira de Pereira.

Ele explica que, por meio de uma investigação social realizada ao longo de todos os três anos de formação de cada cadete, a Academia identificou incongruências que apontaram para possíveis irregularidades e ilicitudes no processo de admissão de dois deles.

Constatou-se primeiramente que um dos cadetes (que atualmente segue com o curso) estava se saindo significativamente mal nas atividades da Academia, uma disparidade com relação a seu excelente desempenho no vestibular para CFO; na passagem do primeiro para o segundo ano de formação, ele figurou nos piores lugares de classificação dos cadetes, colocação que não teve melhora significativa na passagem para o terceiro ano do curso.

A investigação social averiguou os documentos do cadete no fim do ano passado e notou que não fora ele quem realizou a prova em seu nome, pois tudo apontava que o candidato em questão estava fora do país na data do processo seletivo para o CFO.

A Inteligência da Corporação foi acionada e colheu a informação de que um outro cadete, com o curso em andamento, também não havia prestado a prova. O irmão do primeiro investigado havia respondido a prova teórica no lugar dele e no lugar deste segundo cadete apontado pela Inteligência. Informações da Polícia Federal (PF) confirmaram a situação. O comando da Academia prefere não divulgar os nomes.

Quando a investigação se deparou com os cartões de resposta de ambos os cadetes investigados, a semelhança da caligrafia na folha de redação foi constatada de imediato. A evidência de fraude se mostrou ainda mais séria quando, a pretexto de uma atividade normal na Academia, o comandante determinou que os 172 cadetes, de todas as três turmas de graduação, redigissem um relatório a respeito de suas atividades; o objetivo era averiguar as caligrafias dos dois investigados que, desta vez, mostraram-se totalmente diferentes.

Segundo o comandante, por enquanto o procedimento administrativo instaurado para apurar o caso colheu indícios de fraude, estelionato, falsificação de documento público, uso de documento falso, falsidade ideológica e formação de quadrilha – embora, até agora, ainda não se tenha detectado relação direta entre os dois cadetes que se beneficiaram dos serviços do fraudador em comum.

A situação também foi objeto de denúncia anônima à Ouvidoria da Polícia Militar e todas as informações apuradas no procedimento foram repassadas à Delegacia Fazendária (Defaz) para instauração de inquérito.






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