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Terça - 17 de Abril de 2012 às 06:57
Por: ANSELMO CARVALHO PINTO

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Guilherme Filho/Secom MT
Quase 80% dos empenhos feitos à Delta foram de serviços prestados à Sesp. Os contratos dizem respeito a aluguel de veícu
Quase 80% dos empenhos feitos à Delta foram de serviços prestados à Sesp. Os contratos dizem respeito a aluguel de veícu
Nos últimos dois anos, a empresa Delta Construções, ligada ao bicheiro Carlinhos Cachoeira, conseguiu elevar em 832% seus contratos com o governo de Mato Grosso.

Em 2009, a empresa, com sede no Rio de Janeiro e no centro do mais recente escândalo nacional, havia fechado apenas R$ 2,5 milhões em contrato com o governo. Em 2011, o valor total chegou a R$ 20,81 milhões.

O montante é referente apenas ao que foi empenhado, o que não significa dizer que houve pagamento.

Os dados foram levantados pelo Diário no Fiplan (Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças), do governo do Estado.

Em relação aos pagamentos efetivados, o incremento também chama a atenção. Em 2009, apesar de o governo ter empenhado R$ 2,5 milhões, não houve pagamento algum à empreiteira. Já em 2010, os repasses totalizaram R$ 9.381.830. No ano seguinte, mais um salto: R$ 16.741.278, o que representa um aumento de 78% em um ano.

Apenas nos primeiros quatro meses de 2012 o governo do Estado já empenhou R$ 20.112.208 para a Delta, tendo pago, efetivamente, R$ 2.143.151. O curioso é que todos os pagamentos – no total de 22 – foram realizados no último dia 2 de abril.

A maioria dos pagamentos efetuados pelo governo à Delta é relativa a compras e serviços da Secretaria de Segurança Pública (Sesp), que tem à frente Diógenes Curado, delegado licenciado da Polícia Federal, a mesma instituição que prendeu Carlinhos Cachoeira. Dos 37 empenhos para a Delta este ano, 29 – ou 78% do total – foram de serviços prestados à Segurança Pública. Os contratos dizem respeito a aluguel de veículos.

Em seguida, os órgãos que mais gastam com a empresa são o Departamento Estadual de Trânsito (Detran), a Casa Militar e o gabinete do vice-governador.

Investigações da operação ‘Monte Carlo’ revelam que a Delta Construções tinha em Cachoeira um defensor de seus interesses junto a políticos de Brasília. As ligações se mostraram ainda mais evidentes na quebra de sigilo bancário do bicheiro. Segundo a PF, cerca de R$ 39 milhões saíram dos cofres da Delta direto para empresas-fantasmas de Cachoeira.

Nesta semana, o Diário revelou, com exclusividade, que o grupo do contraventor estava certo de que iria assumir a recém-recriada Lemat (Loteria do Estado de Mato Grosso). E-mails trocados entre Adriano Aprígio de Souza – cunhado e laranja do bicheiro – e o argentino Roberto Coppola revelam a certeza de que o grupo iria assumir a loteria, sobretudo após a reeleição de Silval.

Outro grampo revela que Cachoeira aparentava ter influência sobre alguém do governo de Mato Grosso. Em uma conversa gravada pela PF, o senador Demóstenes Torres (DEM) pede ao bicheiro que interceda para que uma agência de publicidade de Goiás vença uma licitação relativa à publicidade da Copa do Mundo em Mato Grosso. “Acho um negócio bacana. Se for do interesse seu...”, respondeu o bicheiro. Por conta de suas relações com Cachoeira, o senador foi obrigado a deixar o DEM e agora responde no Conselho de Ética do Senado.





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