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Internacional
Terça - 21 de Fevereiro de 2012 às 08:58

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A Grécia precisará de uma ajuda adicional para reduzir a sua dívida para 120% do PIB (Produto Interno Bruto) até 2020, e se não levar a cabo reformas estruturais e outras medidas, a sua dívida pode chegar a 160% até 2020, mostrou um relatório do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia.

O cenário base é que a Grécia reduza sua dívida dos atuais 160 por cento para 129 por cento do PIB em 2020, bem acima dos almejados 120 por cento, detalhou a análise confidencial de nove páginas preparada pelos ministros das Finanças da zona do euro.

"Os resultados apontam uma necessidade de alívio adicional da dívida do setor privado ou do estatal para modificar a trajetória da dívida", disse o relatório, datado de 15 de fevereiro e obtido pela Reuters.

O relatório serve de base para as discussões dos ministros da zona do euro sobre as condições sob as quais a Grécia poderá obter nova ajuda financeira do FMI (Fundo Monetário Internacional) e da zona do euro.

"Há uma tensão fundamental entre os objetivos do programa de reduzir a dívida e melhorar a competitividade, no sentido de que a desvalorização interna necessária para restaurar a competitividade da Grécia inevitavelmente levará a uma dívida maior em relação ao PIB no curto prazo", afirmou o documento.

"Neste contexto, um cenário que preocupa em particular envolve a desvalorização interna por meio de uma recessão mais profunda (devido aos constantes atrasos nas reformas estruturais e na implementação da política fiscal e da privatização)", disse o relatório.

"Isto resultaria uma trajetória de dívida muito mais alta, deixando a dívida chegar a até 160% do PIB em 2020. Dados os riscos, o programa grego pode continuar sujeito a acidentes, com dúvidas sobre sustentabilidade pairando sobre ele", acrescentou.

Segundo o relatório, a dívida pode ser reduzida de 129% para 120% por meio da reestruturação dos lucros acumulados sobre os títulos gregos, o que cortaria 1,5 ponto percentual do resultado final.

Outro 1,5 ponto percentual poderia ser obtido ao se reduzir as taxas de juros sobre empréstimos bilaterais na zona do euro estendidos a Atenas durante o primeiro pacote de resgate financeiro e 3,5 pontos percentuais poderiam ser poupados com a reestruturação dos portfólios de títulos gregos em poder de bancos centrais da zona do euro.

Contudo, a maior contribuição para a redução da dívida poderia vir se o BCE abrisse mão do lucro sobre os títulos gregos que comprou sob o programa de aquisição de dívida iniciado em 2010, já que reduziria a dívida em 5,5 pontos percentuais.






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