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Polícia Brasil
Domingo - 18 de Setembro de 2011 às 19:17
Por: Silvia Frias

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Falsas videntes prometiam curas e também dinheiro para clientes
Falsas videntes prometiam curas e também dinheiro para clientes
A Polícia Civil de Nova Andradina, a 297 quilômetros de Campo Grande está à procura de duas mulheres, suspeitas de aplicaram golpes na cidade. As duas, que se apresentaram como videntes, prometiam curas, dinheiro e garantiam o retorno da pessoa amada. Depois de cinco meses de estadia, deixaram o município e, segundo a polícia, com pelo menos R$ 25 mil dos clientes. Na cidade, moradores dizem que elas teriam levado quase R$ 1 milhão com os golpes.

“Não tinha nada de vigarista no rosto dela”, lembra a comerciante, de 40 anos, uma das quatro vítimas que registram boletim de ocorrência. Durante um mês, ela se consultou com Maria, a mulher mais velha, que dizia ser mãe de santo, e dividia o trabalho com a filha, Diva.

Desde o começo, Maria pedia que a comerciante levasse dinheiro para o trabalho denominado ‘luzes’. A quantia deveria ser entregue para a suspeita, que faria orações e trabalhos para abrir os caminhos: as notas seriam purificadas e representariam o crescimento econômico dali por diante. Enquanto o montante estivesse retido, os clientes tinham como missão arrecadar a mesma quantia, em um período de sete dias. Caso contrário, o objetivo não era alcançado.

A comerciante disse que Maria pediu várias vezes que ela vendesse a loja, a casa e as duas propriedades rurais para que se fizesse o trabalho. “Senti que era algo errado, não consegui, mas ainda assim, entreguei dinheiro”. A vítima repassou R$ 6 mil.

Outra vítima, um homem de 28 anos, diz que foi cliente de Maria e perdeu R$ 5,9 mil. “Ela mexe com o sentimento das pessoas, dizia coisas que condiziam com a minha realidade”. O homem disse que a procurou por causa de problemas no casamento e, ouviu de Maria que ele tinha “coisas obscuras no caminho”.

Além de entregar o dinheiro para o trabalho de ‘luzes’, o rapaz levantou o equivalente, pedindo emprestado para amigos e familiares, sem revelar o motivo. Depois de entregar a quantia para a mulher, ela disse que tinha que aguardar alguns dias. No sábado (10) foi até a casa de Maria e encontrou tudo fechado e desconfiou. Voltou na segunda-feira (12) e já viu outros clientes e uma funcionária em frente à residência. Na conversa com eles, se deu conta do golpe. “Estou afastado do trabalho, deprimido, não tenho coragem de encarar as pessoas”.

Pela cidade, a comerciante que denunciou o caso à polícia ouviu histórias de várias pessoas que teriam sido enganadas por Maria e Diva. Um deles, ela encontrou perto da casa da suspeita e contou o que tinha acontecido. “Na hora ele não falou nada, depois ligou e disse que tinha perdido R$ 100 mil”. De relato em relato informal, a conta do golpe sobe para quase R$ 1 milhão. “Eu achava que jamais cairia em um golpe, achava um absurdo quando ouvia falar de algo assim; agora sei que a gente acaba caindo”, disse a comerciante.

Confiança
Segundo a Polícia Civil, o número de vítimas é maior do que os quatro que registraram queixa, mas muitos têm vergonha de admitir que foram enganadas.

O modo de agir, neste tipo de caso, é recorrente, de acordo com a polícia. Em uma conversa inicial, a suposta mãe de santo tira o máximo de informações que pode. Um comparsa obtém mais dados de forma que não levantem suspeitas, conversando com amigos, vizinhos e moradores do município. Assim, obtinham mais dados, sem despertar suspeitas. Tudo era repassado para a vidente, que surpreendia o cliente com as adivinhações e ganhava a confiança.

A polícia investiga se as suspeitas são ‘golpistas de carreira’ e vai avaliar imagens de uma loja para descobrir a identidade delas. Além disso, apura como foi firmado o contrato de aluguel da casa onde as duas ficaram na cidade. Além dos clientes, elas deixaram de pagar a funcionária, que trabalhou um mês no local.





Fonte: Do G1 MS

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