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Quinta - 15 de Setembro de 2011 às 08:23
Por: DAFNE SPOLTI

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Três pontes serão destruídas às 11h de hoje como forma de protesto de indígenas Kayapó na região da BR-163. A etnia está organizada no local, reivindicando a construção de uma estrada que ligue a rodovia à aldeia. Terça-feira os índios tomaram as chaves do maquinário do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT), impedindo a continuidade nas obras da BR-163. Os índios reivindicam também a construção da “Casai”, uma casa de saúde indígena, e de um centro cultural. Eles estão concentrados em Novo Progresso, no Pará, cidade próxima à divisa com Mato Grosso, onde devem ficar acampados depois da destruição das pontes.

Segundo Imar Kayapó, uma liderança do movimento, no final do ano passado o DNIT acordou com os índios que o “ramal”, estrada de ligação da BR à aldeia, seria construída num período de 5 a 7 meses. O índio explicou, porém, que as obras dessa estrada de ligação nem começaram. Com isso, a etnia vive problemas para ir ao médico e também para transportar as castanhas que produzem. Ele contou que a aldeia fica cerca de 400 quilômetros distante da cidade Novo Progresso e que os aviões são pequenos e tem um valor muito alto de viagem.

Imar Kayapó contou que desde que foi firmado o acordo, o DNIT vem adiando as obras de melhorias para a vida dos indígenas. “O DNIT tem que cumprir palavra que falou pra nós. Por isso estamos paralisando as obras [da BR]”, falou o kayapó. Ele garantiu que vão destruir três pontes, acampar próximo e esperar resolver a questão. “Quando for abrir o nosso ramal vamos liberar as pontes e entregar as chaves para o DNIT”.

De acordo com o kayapó, a estrada “ramal” é prioridade da etnia. Algo mais urgente que a casa de cultura e também a “Casai”. Ele disse que a prefeitura de Novo Progresso já conseguiu um terreno para a casa de saúde e que mesmo assim as obras também não iniciaram.

Os indígenas Kayapó possuem diversas aldeias espalhadas pelo centro do país (Mato Grosso e Pará), nos cursos dos rios Iriri, Bacajá, Fresco e em afluentes do rio Xingu. De acordo com dados de 2010 da Funasa, existem mais de 8.638 índios dessa etnia.

Até o fechamento da matéria o DNIT, que é ligado ao Ministério dos Transportes, não informou que providências seriam tomadas para contornar a situação. A informação é que o órgão pediu a intervenção da Fundação Nacional do Índio (Funai) junto à etnia e que aguarda resposta para se posicionar.




Fonte: Do DC

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