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Nacional
Segunda - 30 de Setembro de 2013 às 23:05
Por: Priscilla Mendes

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A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (30) que, apesar da suspensão do Paraguai do bloco econômico Mercosul, a relação do país com o Brasil se manteve “intacta”. Ela se reuniu por cerca de uma hora e meia com o presidente paraguaio Horacio Cartes no Palácio do Planalto nesta manhã.


 
Em entrevista após o encontro, Dilma disse que o Paraguai está em processo de volta ao bloco. O país foi suspenso após o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo, em junho de 2012.
“O Brasil tem todo o interesse nessa volta e também no fato de que a nossa relação bilateral. Como vocês podem ver, nós mantemos [a relação] intacta. Não houve consequência nenhuma”, disse.


 
Em reunião de cúpula em julho, o Mercosul havia aprovado a reincorporação do Paraguai ao bloco, mas o processo ainda não foi concluído. Durante a suspensão do país, o Mercosul aprovou a entrada da Venezuela, sem o consentimento do Paraguai. Um dia depois de tomar posse, em agosto de 2013, Cartes disse que o Paraguai voltaria ao Mercosul quando os chanceleres dos países do Mercosul encontrassem uma solução para o problema jurídico causado pela adesão da Venezuela sem a presença ou aprovação paraguaia.



 
Durante declaração à imprensa nesta segunda, após a reunião com Cartes, a presidente Dilma disse que o Paraguai é importante para o Mercosul e ressaltou que o bloco integra "da Patagônia ao Caribe". "Me refiro à Venezuela", disse a presidente.


 
"Nós discutimos bastante sobre a questão do Mercosul e reiterei ao Cartes a importância que o Brasil dá a participação do Paraguai no Mercosul. Nós consideramos que essa participação tem um significicado muito importante neste momento e consideramos também que, por sermos capazes de integrar da Patagônia ao Caribe, me refiro à Venezuela, tornamos a nossa região com tecido mulitlateral muito mais forte", afirmou Dilma.


 
"Seja na Unasul, Mercosul, o Paraguai será sempre um país estratégico para o Brasil", concluiu.
Horacio Cartes não falou sobre o processo de reintegração do Paraguai ao Mercosul, mas agradeceu ao apoio do Brasil na empreitada. “Muito obrigado desde o primeiro dia pelo pedido da volta ao Paraguai ao Mercosul”, afirmou o pesidente.


 
O paraguaio elogiou as políticas sociais implantadas pelo Brasil e agradeceu a Dilma, que se dispôs a compartilhar a tecnologia utilizada nos programas Bolsa Família e no Brasil Sem Miséria.


 
Cartes, porém, disse que seu país “não quer pedir esmolas” e que quer “sentar na mesa de negociações”.


 
“Sabemos que temos atrativos nessa integração física. O Paraguai não quer pedir esmolas, não quer pedir favores. Paraguai quer sentar na mesa de negociações porque acredita que tem atrativos naturais que Deus e a natureza deram ao Paraguai. Num momento em que o Paraguai goza de um crédito que ontem não gozava, o Paraguai quer dizer ao Brasil que nós queremos sentar na mesa de negociação. E só queremos quando as coisas são úteis para nós: o ganha-ganhar, o "win-win"”, disse o presidente.


 
Energia


 
Dilma disse que um “símbolo” da integração entre os dois países é a linha de transmissão 500 kV entre a usina de Itaipu, em Hernandárias, e a subestação de Villa Hayes, na Grande Assunção, no Paraguai. A inauguração da linha está prevista para novembro.


 
“Tanto é assim que essa linha de transmissão, de 322 milhões de dólares de financiamento, ela está sendo concluída. Ela fica pronta agora em outubro”, disse a presidente.


 
“Isso é um símbolo do seguinte: tudo o que ocorreu não afetou. Não deixamos que afetasse as relações concretas que existem entre nossos países e não prejudicamos em nenhum momento a população do Paraguai. Eu acredito que o presidente Cartes fará muita diferença nesse processo”, afirmou.


 
A presidente disse ainda que a obra vai permitir atrair investidores para o Paraguai e “contribuirá para a industrialização do paí,s gerando emprego e renda e integração das nossas cadeias produtiva”.  “Ganha o Paraguai e ganha o Brasil”.


 
Já no Palácio do Itamaraty, pouco antes de almoço oferecido a Cartes, Dilma disse que está “feliz” com a inauguração da linha de transmissão de Itaipu e lembrou que o Brasil já passou por crises energéticas.


 
“A energia elétrica é condição para o desenvolvimento de regiões. Nós sabemos disso porque aqui no Brasil também tivemos momentos de deficiência na questão energética e sabemos o preço que pagamos por isso. Por isso estou satisfeitíssima do resultado das nossas relações ser tão positivo”, afirmou.





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