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Variedades
Sexta - 24 de Junho de 2011 às 12:46

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Selton Mello tem 38 anos. Mas, se funcionário padrão fosse, já poderia pedir a aposentadoria por tempo de serviço. "Tenho 30 anos de carreira", contabiliza, sorrindo.

"Nisso, sou meio parecido com os palhaços, que crescem no picadeiro, que se sucedem de geração em geração", diz o ator. "Comecei a ser ator muito pequeno... Era mágico. Adorava ver aquelas câmeras, aquela gente..."

Não é preciso ser psicanalista para perceber que, por trás do nariz vermelho de Benjamin, protagonista de "O Palhaço", esconde-se a face íntima de Selton, aquela que a maquiagem disfarça.

O filme, que será exibido pela primeira vez no Festival de Paulínia, em julho, mergulha no universo circense em busca de uma resposta: o que significa, na essência, ser um artista?

DUAS FACES

Em seu segundo longa como diretor, Selton parece ter unido as duas versões de sua carreira: a cômica e a densa.

É como se, depois de uma década, os personagens de "O Auto da Compadecida" e "Lavoura Arcaica" se reencontrassem, amalgamados.

"Não pensei nisso, mas o circo tem uma mistura de sentimentos, é melancólico, mas divertido...", reflete.

"O filme fala sobre identidade, e este é um momento feliz para mim", diz. "O filme tem essa calma, essa delicadeza. O personagem está em crise, mas o filme homenageia o lado bendito da vida."

Nesse sentido, "O Palhaço" é o oposto de "Feliz Natal", sua estreia na direção. Hoje, Selton define o primeiro filme como um grito. "Era como se eu quisesse dizer: "Também sou isto aqui!" Foi o início de uma nova fase."

Essa novidade contempla, cada vez mais, a direção. Além dos dois longas, Selton dirigiu um episódio da série "A Mulher Invisível" e o talk-show "Tarja Preta".

Seu desejo, com "O Palhaço", "comédia lírica" que estreia em outubro, é fazer algo popular e profundo.

"Não me conformo que, para fazer sucesso, um filme tenha que abrir mão de camadas mais sensíveis."

NA ESTRADA

Antes de construir seu picadeiro, Selton pegou a estrada atrás de circos e histórias. O primeiro palhaço que conheceu, em 2009, foi Biribinha, de Maceió. O que deu nome ao personagem do filme foi Benjamin de Oliveira (1870-1954), ex-escravo que fugiu para seguir um circo.

Antes de tomar para si o papel, ofereceu-o a Wagner Moura e Rodrigo Santoro. Os dois tinham problemas de agenda. E os dois perguntaram: "Por que você não faz?".

Selton achou boa a ideia e chamou, para ser seu pai, também palhaço, Paulo José. "Pra mim, era uma alegria ver o Paulo, o Macunaíma [do filme de Joaquim Pedro de Andrade], ali comigo."

Como em "Feliz Natal", ele se esmerou no elenco. Estão em cena, por exemplo, Teuda Bara, do Grupo Galpão, e o cantor Moacyr Franco.

Selton se prepara, agora, para colocar no mundo seu palhaço. "É um momento novo o de falar sobre o filme. Mas vai ser bom fazer isso. Vou ter muito prazer em apresentar o meu palhaço."






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