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Internacional
Segunda - 20 de Junho de 2011 às 15:08

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O diretor do Escritório de Álcool, Tabaco, Armas e Explosivos dos Estados Unidos, Kenneth Melson, deve renunciar nos próximos dias diante das suspeitas de que uma operação do órgão não impediu que supostos contrabandistas comprassem grande número de armas.

O escândalo envolvendo a operação "Fast and Furious " (Velozes e Furiosos, em tradução livre) é o maior a afetar o órgão em quase 20 anos.

A renúncia foi confirmada por fontes ligadas a Melson, diretor do órgão desde abril de 2009, e citadas pela rede de TV CNN e o jornal "Wall Street Journal".

O governo Barack Obama, segundo o "Wall Street Journal", estuda nomear Andrew Traver, chefe do escritório da agência em Chicago, para a vaga de Melson. Traver era o nome indicado por Obama para ocupar o cargo, mas não foi aprovado pelo Senado por oposição da Associação Nacional de Rifles dos EUA, que alega que ele tem hostilidade aos donos de armas.

Melson é o nome de mais alto escalão a ser envolvido no escândalo da operação "Velozes e Furiosos", realizada entre 2009 e 2010 para monitorar compra de armas por supostos traficantes.

A ideia da agência era conseguir reunir provas suficientes contra os maiores traficantes de armas que servem aos cartéis mexicanos. A agência instalou, para tal, câmeras de vigilância em várias lojas e vigiou por meses os compradores.

Em uma audiência na Câmara dos deputados nesta semana, o deputado Darrell Issa mostrou documentos que provam que Melson estava diretamente envolvido na operação.

O diretor tinha, inclusive, acesso a câmeras instaladas em lojas de armas que cooperavam com a operação e podia ver os compradores suspeitos adquirindo armas como rifles AK-47.

Os erros na operação vieram a tona depois de um tiroteio no Arizona, em dezembro passado, que matou um agente de fronteira dos EUA. Duas das armas apreendidas foram compradas em uma loja que fazia parte da operação.

Legisladores republicanos acusam a agência de não ter tomado os cuidados necessários e dizem que ela deveria saber que ao menos parte das milhares de armas vendidas nas lojas vigiadas iriam para o México ou seriam usadas em crimes nos EUA.

Dentro do próprio escritório houve críticas a estratégia de apenas vigiar a compra de armas ilegais, em vez de prender os compradores suspeitos.

A administração Obama está lidando com cautela com o caso. O porta-voz da Casa Branca, Jay Carney, disse na sexta-feira: "Eu posso lhes dizer que, como o presidente já disse, ele não sabia e não autorizou esta operação"






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