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Economia
Segunda - 24 de Janeiro de 2011 às 17:38

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A fila de ofertas de ações de empresas brasileiras nas próximas semanas vai se estender pelos próximos meses, movimentando cerca de R$ 50 bilhões em 2011, segundo os bancos líderes no setor.

"Sem contar os "jumbo deals", pode ter uns US$ 30 bilhões, com 30 a 40 ofertas", diz Fabio Nazari, chefe da área de mercado capitais do BTG Pactual, o líder do setor.

O JP Morgan vai ainda mais longe. Segundo o banco, há pelo menos 50 bilhões de dólares (85 bilhões de reais) em demanda de investidores por ações de empresas latinoamericanas em ofertas este ano, sendo que parte importante dessa quantia é dedicada ao Brasil. Segundo o banco, as operações da região que já estão "na rua" não consomem nem 15% desse total.

O apetite dos investidores globais por rentabilidade e a expectativa de que o Brasil tenha crescimento econômico forte por vários anos são o pano de fundo desse cenário.

Atualmente, há 14 pedidos de registro em análise na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Destas, sete já estão com cronograma definido. A primeira é a empresa do setor têxtil Arezzo, que vai para sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O período de reservas começou na semana passada.

Nesta segunda foi dada a partida para os interessados em participar do IPO da varejista Sonae Sierra. Na quarta-feira será a vez do follow on (operação de empresa já listada) da construtora Tecnisa e da produtora de refratários Magnesita, além do IPO do braço de petróleo da Queiroz Galvão. No dia seguinte começam as reservas para a oferta subsequente da construtora Direcional.

Em 2010, num ano atípico pela gigantesca oferta de cerca de R$ 120 bilhões da Petrobras, operações de empresas domésticas levantaram R$ 152 bilhões, ou 97% do volume obtido com ofertas de ações na região.

Para especialistas, algumas empresas que tinham planos de vender ações no ano passado preferiram não correr o risco de disputar investidores com a Petrobras, especialmente num momento pouco amistoso do mercado, às voltas com a crise de dívidas soberanas na zona do euro.

Agora, passados os extremos da euforia de 2007, quando mais de 70 empresas foram ao mercado acionário buscar recursos, e de movimento fraco de meados de 2008 a 2010 (novamente, exceto Petrobras), especialistas avaliam que o mercado doméstico está pronto para crescer de forma mais consistente.

"Há uma postura mais seletiva, um amadurecimento, tanto dos investidores, quanto das companhias", diz o responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse, Allan Liebman.

Em outra frente, o gradual arrefecimento dos riscos de uma volta dos Estados Unidos à recessão, enquanto União Europeia e FMI (Fundo Monetário Internacional) costuram uma solução de mais longo prazo para a crise de dívida soberana da região, podem amenizar os principais riscos globais do médio prazo.

Para os profissionais da área, as grandes necessidades de investimentos em infraestrutura e a expectativa de extensão de vários setores ligados a consumo doméstico devem fazer os dois segmentos serem os mais frequentes na agenda de ofertas nos próximos meses.





Fonte: Reuters

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