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Internacional
Quinta - 28 de Outubro de 2010 às 12:35

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá na tarde desta quinta-feira para a Argentina para o velório do ex-presidente daquele país Néstor Kirchner.

Lula tinha decidido viajar a Buenos Aires na sexta-feira, mas precisou antecipar a ida porque o corpo de Kircher será cremado na manhã de sexta-feira. Inicialmente, o corpo do ex-presidente seria velado na Casa Rosada, sede do governo argentino, em Buenos Aires, até sábado quando, então, Kirchner seria cremado.

Com a ida a Argentina, Lula cancelou comício que faria na noite desta quinta-feira em Pernambuco, o último grande ato em apoio a sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff.
Lula partirá do Rio de Janeiro para Buenos Aires às 16h. Depois de participar do velório, deve retornar a Brasília.

LÍDERES

Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, já estão em Buenos Aires. São esperados ainda para hoje, segundo o jornal "La Nación", os presidentes Hugo Chávez (Venezuela), José Mujica (Uruguai), Sebastián Piñera (Chile), Fernando Lugo (Paraguai) e Juan Manuel Santos (Colômbia).

VELÓRIO

Carregando velas, bandeiras e flores, milhares de argentinos formam longas filas fora da Casa Rosada, em Buenos Aires, para se despedirem do ex-presidente e líder peronista Néstor Kirchner, morto ontem (27) aos 60 anos de parada cardiorrespiratória, cujo velório teve início às 11h (de Brasília). Líderes sul-americanos começam a chegar para o funeral.

Centenas de jovens militantes permaneceram toda a noite na Praça de Maio, em frente à sede do governo, e já de madrugada começaram a formar uma fila para garantir sua entrada no velório do "Pingüino", como era conhecido o ex-presidente.

Ao mesmo tempo, demonstravam apoio ao governo de sua viúva, a presidente Cristina Kirchner, cujo mandato termina em 2011.

O público poderá despedir-se de Néstor Kirchner, que governou o país entre 2003 e 2007, no Salão dos Patriotas Latino-Americanos. Nas paredes em torno do caixão, imagens do ex-presidente Juan Perón, da Argentina, e Salvador Allende, do Chile, além do guerrilheiro Ernesto "Che" Guevara, entre outros.

Guardada por um forte esquema de segurança, a Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, amanheceu coberta por flores e mensagens. "Força, Cristina" são os dizeres de centenas de cartazes de apoio à presidente.

"Força, presidente. Precisamos de você mais do que nunca. Estamos com você", afirmavam cartas deixadas na noite de quarta-feira por milhares de argentinos, que em meio a muita comoção foram prestar suas condolências na capital federal.

CORPO

O corpo do ex-presidente chegou nesta madrugada à capital Buenos Aires, num dos aviões da frota presidencial, que viajou de El Calafate, em Santa Cruz, onde Kirchner morreu na manhã da quarta-feira (27). Depois do velório, será novamente transportado para o sul da Argentina, para a Província de Santa Cruz, na Patagônia, onde Kirchner nasceu.

No avião com o caixão viajou Máximo Kirchner, 32, filho do ex-presidente, e sua mulher, a presidente Cristina Fernandez de Kirchner. Eles chegaram por volta das 2h (3h no horário de Brasília). Florencia, 19, viajou de Nova York, onde estuda cinema para El Calafate. Ao chegar foi diretamente para a residência "Los Sauces", propriedade de sua família.

A central sindical CGT, principal braço de apoio do governo, convocou uma mobilização nesta quinta-feira na Praça de Maio para uma despedida final.

"Depois de (Juan) Perón e Eva (Duarte de Perón), vem Néstor Kirchner, sem sombra de dúvida", disse Hugo Moyano, poderoso líder da CGT, declarando apoio a Cristina Kirchner.

A presidente, que ainda não apareceu publicamente nem deu declarações sobre a morte do marido, "está sem um pedacinho, as coisas não são fáceis, mas ela vai encontrar uma maneira de fazer com que esta morte não seja em vão", afirmou Aníbal Fernández, chefe de gabinete.

MORALES

Os presidentes da Bolívia, Evo Morales, e do Equador, Rafael Correa, foram os primeiros líderes estrangeiros a chegar nesta quarta-feira a Buenos Aires para acompanhar o velório do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, marcado para as 11h na Casa Rosada.

Morales, o primeiro dos dois a chegar à capital argentina, afirmou sentir-se órfão com a partida de seu "irmão e companheiro", morto na quarta-feira depois de uma parada cardiorrespiratória.

"Ontem (quarta-feira), ao retornar de Teerã, fomos pegos de surpresa pela informação sobre a perda do companheiro e irmão Néstor Kirchner", indicou Morales.

O presidente boliviano, que viajou acompanhado de uma ampla coletiva de ministros e vice-ministros, evocou os momentos difíceis que passou no poder e a ajuda oferecida por seu ex-colega.

"Sua ajuda e suas sugestões foram muito importantes quando comecei como presidente. A perda me deixa órfão. Passei momentos difíceis e Néstor sempre estava comigo. Espero que siga comigo", acrescentou.

CORREA

Correa, entusiasta de Kirchner para a Secretaria-Geral da Unasul, chegou apenas minutos depois do boliviano e lamentou a morte do "extraordinário presidente e queridíssimo amigo".

"Nosso abraço à sua companheira de luta, de sonhos. A maior homenagem que podemos fazer é ratificar nosso compromisso de construir essa pátria grande da América Latina que tanto sonhou e pela qual tanto luto", disse o equatoriano. "Para ti, Néstor: até a vitória, sempre."

MORTE

Kirchner morreu na manhã desta quarta-feira depois de ser internado com urgência por problemas cardíacos em um hospital de El Calafate. De acordo com o jornal argentino "Clarín", Kirchner foi internado pela manhã no hospital José Formenti, acompanhado de Cristina, e morreu pouco antes das 10h (11h no horário de Brasília).

Néstor governou a Argentina de 2003 a 2007 e exercia três cargos simultaneamente. Além do posto como secretário-geral da Unasul, era deputado federal e dirigia o PJ (Partido Justicialista).

Segundo a imprensa local, Kirchner sofreu uma parada cardiorrespiratória com morte súbita. O ex-presidente e sua mulher estavam desde o último final de semana em sua casa em El Calafate, na região da Patagônia.

Neste ano, Néstor Kirchner já havia passado por duas intervenções cirúrgicas devido ao agravamento de seus problemas cardíacos.

O ex-presidente e Cristina se conheceram nos anos 70, quando cursavam a faculdade de Direito e militavam na ala esquerdista do peronismo na Universidade de La Plata. Tiveram os filhos Máximo e Florencia.






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