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Economia
Sexta - 17 de Setembro de 2010 às 09:13

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A inadimplência do consumidor registrou alta de 11,5% em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano anterior e identificou o maior crescimento da inadimplência anual desde 2005, segundo pesquisa divulgada pela Serasa Experian (13/09). Segundo Antonio De Julio, especialista em desenvolvimento  financeiro e pessoal do Moneyfit, o aumento da inadimplência do consumidor brasileiro, infelizmente poderá aumentar nos próximos meses, pois, o final de ano se aproxima e as compras de natal podem acelerar os gastos e complicar as finanças das pessoas que já têm contas em atraso. Para não começar o ano de 2011 com mais dividas, é preciso avaliar o que é possível gastar sem exageros e as contas que podem ser renegociadas e quitadas.

Para Antonio De Julio,  alguns dos principais motivos da inadimplência é a facilidade de crédito, entre aquisição de cartões, prestação de automóveis, parcelamento de eletrodomésticos e eletroeletrônicos a longo prazo. Além disso, ele explica que o brasileiro não está acostumado a tantas "facilidades" de crediário e esquece que temos uma das piores taxas de juros do planeta. “Também podemos citar a falta de planejamento e conhecimento de algumas pessoas em relação a suas próprias finanças e a falta de uma poupança para momentos de dificuldade”, alerta Antonio De Julio.

Para ele, a inadimplência entre os consumidores brasileiros poderá continuar e o que está acontecendo no momento pode ser o início da explosão de uma possível  "bolha de crédito” que poderá ser causada pelo acúmulo de dívidas anteriores, principalmente dívidas com prazos maiores como a compra de veículos, que bateu vários recordes consecutivos. “ Os brasileiros compraram esses bens sem calcular as taxas de juros e custos com manutenção, impostos e seguro dos veículos. O número de cheques sem fundos pode ser o primeiro indicador da falta de dinheiro do brasileiro para honrar seus compromissos do dia a dia. Com medo de perder o carro por falta de pagamento, ele não deixa de pagar a prestação e "desconta" em outras coisas”, explica o consultor. 

Para lidar com as prestações (cartão de crédito, financiamentos, entre outros) que podem estar em atraso não existem milagres. É preciso cortar gastos e pagar as contas em dia e evitar ao máximo usar os recursos de empréstimos dos bancos, como o cheque especial e o rotativo do cartão de crédito. Bancos chegam a cobrar em um mês o equivalente a um ano de rendimentos em aplicações de baixo risco, conclui Antonio De Julio.

Segundo Antonio de Julio, para as pessoas que já comprometeram sua renda de forma arriscada, o primeiro passo é parar de gastar urgentemente, colocar seu dinheiro na “U.T.I.” financeira e sair dessa situação o mais rápido possível. Se vier um aperto monetário da taxa de juros, a situação só tenderá a piorar. Neste caso, ele destaca ainda que as pessoas precisam  entender que o dinheiro não foi feito apenas para gastar. Ao quitar uma dívida, ela tem que se preparar melhor antes de entrar em outra. O ideal é pesquisar sobre os produtos e serviços similares, negociar prazos menores de parcelas e financiamentos e apresentar uma boa entrada de dinheiro para aliviar o financiamento, e principalmente evitar as compras por impulso, entre outras formas. “Não é porque o dinheiro sobrou que tem que ser gasto. “Ele pode ser aplicado para um dia gerar mais dinheiro e essa cultura tem que ser criada, pois, todas as pessoas estão sujeitas a um efeito noé, ou seja, algo de grande impacto na vida, assim como nos aspectos financeiros, um dia com certeza irá ocorrer, ressalta Julio.

O caminho para sair do estado devedor, equilibrar as contas, para enfim poupar é difícil, mas não é impossível. Antonio de Julio explica que talvez a mudança de estado devedor para o estado poupador seja a mais difícil de ocorrer. Não só pelo endividamento em sí, mas pelo estado mental da pessoa. Ela tem que entender que guardar, que seja um pouco por mês, já muda o seu padrão mental com relação ao dinheiro. “As pessoas gastam sem necessidade, não pesquisam, não perguntam quais são as taxas que aquele cartão da loja e que muitas vezes a “anuidade zero” pode estar embutida em manutenções mensais que são descritas na fatura.  Parar de dever é como fazer uma dieta e ir até o fim, sem o “efeito sanfona.

 Para equilibrar as contas, não tem mistério e nem milagre. O que entra de dinheiro deve ser maior do que o que sai. O limite do cheque especial está disponível para uma EMERGÊNCIA e não para ser adicionado ao seu saldo bancário.Para as pessoas que querem começar a investir, jamais entreguem seu dinheiro na mão de terceiros, sejam eles os profissionais que forem. Quem deve entender do seu dinheiro é somente você. Profissionais de finanças podem e devem ser consultados, mas as decisões devem ser única e exclusivamente das pessoas que querem investir.Para encerrar vale um lembrete: “quem acha chato ler sobre dinheiro está dizendo a si mesmo que não gosta de dinheiro.






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