Três policiais militares de São Paulo foram presos sob suspeita de sequestrar e matar dois homens na Grande São Paulo, informou a corporação nesta quinta-feira. As vítimas --ex-presidiários-- foram vistas pela última vez na noite do dia 12 de junho, em uma quermesse em Santo André.

Os corpos foram encontrados em Ribeirão Pires, também na Grande São Paulo. Os PMs foram presos na quarta-feira (16), por determinação da Corregedoria da PM, após uma testemunha afirmar ter visto as vítimas --Rendison Carlos da Silva e Anderson Márcio Honório-- serem colocadas no carro dos PMs.

Devido às prisões, o secretário da Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, determinou o afastamento do então comandante do 10º Batalhão, tenente-coronel Márcio Roberto de Camargo, e do capitão Edson Lima, responsável pela Força Tática do 10º Batalhão e chefe imediato dos três PMs presos.

Os nomes dos suspeitos não foram informados. As causas do crime estão sob investigação.

Motoboys

Na semana passada, 12 policias militares acusados de envolvimento na morte do motoboy Eduardo Luís Pinheiro dos Santos, 30, em abril, tiveram prisão preventiva decretada pela Justiça. Eles estão no presídio militar Romão Gomes.

Os policiais, que na época do crime atuavam na 1ª Companhia do 9º Batalhão da PM, na Casa Verde (zona norte de SP), são suspeitos de torturarem Santos até a morte. Na noite de 9 de abril, o motoboy envolveu-se em uma briga por causa da bicicleta de um amigo que havia sido furtada. Foi levado por PMs para o quartel e, no dia seguinte, seu corpo foi localizado em uma rua, com marcas de tortura.

Outros quatro policiais militares foram presos acusados de agredir e matar o motoboy Alexandre Menezes dos Santos em 8 de maio.

O motoboy foi morto na zona sul de São Paulo. Segundo a PM, os policiais avistaram, durante patrulhamento na região da Vila Marari, uma motocicleta transitando sem placa e na contramão. Ele foi parado na rua Guiomar Branco da Silva --em frente a sua casa-- e abordado pelos PMs, que aplicaram uma gravata para imobilizá-lo.

A Justiça aceitou a denúncia da Promotoria e um processo foi aberto contra os policiais. A juíza Tânia Magalhães da Silveira, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, determinou que eles permaneçam presos até decidir se eles serão julgados ou não.