Policiais militares utilizaram spray de pimenta para dispersar uma multidão que participava de um protesto pela Marcha da Maconha na tarde deste domingo na marquise do Ibirapuera, na zona sul de São Paulo. O repórter James Cimino, da Folha, chegou a ser atingido.

Além de Cimino, pelo menos mais duas pessoas também foram atingidas. Além disso, dois rapazes foram detidos durante o protesto por apresentarem cartazes favoráveis a legalização da maconha, mas foram liberados em seguida. Procurada pela reportagem, a assessoria da PM afirmou ainda não ter sido informada sobre confrontos e tumultos no protesto.

A Marcha da Maconha estava programa para começar por volta as 14h deste domingo, mas a Justiça concedeu uma liminar proibindo o evento e a exposição de cartaz ou camiseta que defenda a legalização da maconha. Segundo o Ministério Público, a marcha corresponde a uma apologia ao consumo de drogas e a criminalidade.

A ex-vereadora Soninha esteve no local durante o protesto e afirmou que a proibição da marcha "é um absurdo". "Acho uma aberração essa proibição. As pessoas se manifestam por pena de morta e pela legalização do aborto, mas esse assunto [legalização da maconha] continua sendo um tabu", acrescenta.

A Marcha da Maconha também foi proibida nos dois últimos anos na cidade de São Paulo. De acordo com os organizadores, o grupo tem o objetivo de levantar o debate por mudanças na lei de drogas e pela regulamentação do plantio, comércio e uso da maconha.