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Sábado - 22 de Maio de 2010 às 01:14
Por: Patrícia Sanches

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Em seu despacho pela prisão de Janete Riva, mulher do presidente da Assembleia, deputado José Riva (PP), o juiz federal Julier Sebastião da Silva faz menção a suposta ligação da coordenadora da Sala da Mulher com o esquema do ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro. Pontua até a existência de um cheque recebido por Janete em 2003 da factoring do "comendador" troca pela Assembleia. “Também não custa registrar que a suplicada, esposa do deputado José Geraldo Riva, recebeu em depósito em sua conta bancária valores desviados da Assembleia Legislativa (R$77,1 mil), mediante operações financeiras realizadas com factorings de João Arcanjo Ribeiro, líder do crime organizado nesta Unidade Federativa”, diz trecho do despacho.

Esse observação do magistrado chama atenção porque nada ter a ver com as investigações que resultaram na decretação da prisão da esposa do deputado. Segundo o relatório, encaminhado pela Polícia Federal a Julier para solicitar 90 prisões preventivas, Janete atuaria como uma das pessoas que “esquentam madeira”, proveniente de extração irregular. Ela integra a lista de servidores, fazendeiros, empresários e engenheiros florestais que foram presos por suposta participação num esquema de fraudes no sistema da Sema, além de acusações de criação de créditos fictícios de manejo florestal e de licenças ambientais concedidas sem o acompanhamento adequado. O grupo, segundo a PF, provocou um rombo de R$ 900 milhões.

No relatório, o juiz não transcreve qualquer gravação que compromete Janete. Diz somente que o nome dela teria sido citado por um informante da delegacia de Sinop. No levantamento feito pela PF sobre Janete, foram detectadas oito irregularidades na fazenda dela, que causaram prejuízos de R$ 38,1 milhão. A análise faz parte do caso 63 de um total de 68. Proprietária da fazenda Paineiras, localizada nas proximidades das reservas indígenas Kayabi e Erikpats, que também fica perto de um assentamento do Incra em Juara, Janete teria, por exemplo, feito um “ajuste” de crédito de 1.251,1545 m³ para a inclusão das espécies Vouacapoua Cuiabensis (Angelim) e Parkia SP (Angelim-saia), sem motivação técnica plausível. “O que representa indício de que os créditos provenientes do PMFS podem estar sendo gerados de maneira fictícia”, diz trecho do relatório.

Foram identificadas ainda irregularidades quanto ao veículo utilizado para o transporte de toras das espécies florestais nativas e no estoque das toras oriundas do PMFs, realizado de forma fictícia. Assim, conforme a PF, era possível promover o desmate em terras indígenas. Janete, assim como os outros acusados, pode responder pelos crimes de corrupção passiva e ativa, formação de quadrilha, furto, falsidade ideológica e inserção de dados inverídicos em sistema de informática.

Ela passou por exame de corpo de delito no IML e permanece presa na sede da Polinter. Advogados da mulher de Riva analisam o caso e devem ingressar com pedido de habeas corpus. Além dela, está preso o genro do presidente da Assembleia Carlos Antônio Azói e o irmão do deputado, o ex-prefeito de Tabaporã Paulo Rogério Riva.

Confira abaixo trechos do inquérito no qual aparecem as irregularidades o montante do dano ambiental causado


 




Fonte: RD News

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