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Agronegócios
Terça - 18 de Maio de 2010 às 09:05
Por: Marcondes Maciel

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Em menos de 30 dias, o plantio de soja no Estado estará proibido por 90 dias, como forma de amenizar ataque da ferrugem
Em menos de 30 dias, o plantio de soja no Estado estará proibido por 90 dias, como forma de amenizar ataque da ferrugem

A contagem regressiva para o início do “vazio sanitário” começou no último sábado (15), a 30 dias para o período proibitivo ao plantio da soja, que vai de 15 de junho a 15 de setembro. Durante este período, o plantio da oleaginosa é proibido por lei, exceto em caso de cultivo para pesquisa científica e experimentos, com prévia autorização dos órgãos de defesa sanitária.

De acordo o Instituto de Defesa Agropecuária do Estado (Indea), a proibição é necessária para evitar o surgimento de focos da ferrugem asiática da soja, que no ano passado provocou grandes prejuízos aos agricultores. “O produtor que cultivar soja neste período pode ser multado e ter sua plantação destruída pelos fiscais”, alerta a Comissão de Defesa Vegetal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) em Mato Grosso.

De acordo com a legislação, a semeadura da soja só deve começar a partir de 16 de setembro. O desrespeito à restrição é considerado infração gravíssima e pode acarretar multas de até 3 mil UPFs (Unidades Padrões Fiscais), cerca de R$ 80 mil.

Este é o quinto ano em que os produtores mato-grossenses realizam a experiência. Na prática, o vazio sanitário significa que, durante o período de 90 dias, não se deve ter planta viva de soja. O objetivo do procedimento é evitar a transmissão da ferrugem asiática. “Deixar de plantar por um período é uma ação chamada de eliminação da ponte verde, já que as plantas se tornam o principal hospedeiro da doença”, explica o agrônomo André Luís Morceli.

Ele informou que durante o período do vazio sanitário do ano passado, foram detectados alguns problemas com o aparecimento de plantas tigüeras, que nascem de forma involuntária no solo, geralmente germinando grãos que ficam da colheita. Contudo, os produtores foram orientados e fizeram a destruição das plantas.

AÇÃO - Para 2010, o orçamento visando a execução da fiscalização do vazio sanitário já está aprovado. Em Mato Grosso, 38 engenheiros agrônomos e florestais foram treinados para o trabalho de fiscalizar as lavouras e verificar se o período de proibição está sendo respeitado pelos produtores.

“Vamos percorrer todos os municípios produtores e visitar as lavouras de soja a partir do próximo dia 15”, informa o agrônomo Antônio Marcos Rodrigues, da Coordenadoria de Defesa Vegetal do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea/MT).

Caso seja constatada a presença de plantas vivas de soja, o Indea/MT emite termo de notificação, com auto de infração e prazo para que o proprietário da área providencie a destruição das plantas. “Ano passado, apesar do grande número de focos de ferrugem, foi relativamente tranqüilo. Com a rotina dos trabalhos, o próprio produtor vem se conscientizando e procurando tomar as medidas de controle para evitar o surgimento de focos de ferrugem”, explicou.

Segundo ele, de uma maneira geral a grande maioria dos produtores mato-grossenses cumpriu as exigências do vazio sanitário e fez a destruição das plantas tigüeras no ano passado. “O saldo foi positivo, pois o Indea/MT atuou junto aos produtores e fez as recomendações necessárias no sentido de tomar os cuidados e evitar o plantio de soja no período do vazio”.

A expectativa dos técnicos é de que o número de focos diminua em relação ao ano passado. “Temos notado que a adesão dos produtores [ao vazio sanitário] vem aumentando ano a ano e acho que isso pode refletir diretamente no resultado da safra”, afirmou Rodrigues.






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