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Economia
Terça - 13 de Abril de 2010 às 15:02

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A pressão dos alimentos in natura e o aquecimento da demanda aceleraram a inflação para as famílias com pessoas cuja idade supera os 60 anos, que teve a maior variação para um trimestre, desde o início da série histórica, em 2004.

A alta de 2,72% no primeiro trimestre superou a variação de 1,51% observada de janeiro a março do ano passado, segundo dados do IPC-3i (Índice de Preços ao Consumidor da Terceira Idade), medida pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Somente os alimentos subiram 5,80% nos três primeiros meses deste ano, recorde também dentro da série histórica. Dentro do índice que mede custos para a terceira idade, a alimentação representa 31% do orçamento.

O forte incremento dos preços dos alimentos foi puxado pela alta de hortaliças, legumes e frutas, cujas produções foram impactadas pelas fortes chuvas do início deste ano. Hortaliças e legumes ficaram 21,46% mais caras, ante variação de 12,31% constatada no primeiro trimestre de 2009. As frutas subiram 6,48% de janeiro a março, contra 6,77% nos três primeiros meses no ano passado.

O açúcar também teve alta significativa no início deste ano, ficando 24,38% mais caro no orçamento das famílias com pessoas acima de 60 anos de idade. O leite longa vida teve elevação de 18,85%, influenciado por problemas de oferta. Juntos, arroz e feijão subiram 7,78%.

Os alimentos lideraram a pressão, mas os custos dos serviços também pesaram dentro da chamada inflação da terceira idade. Os serviços médicos, por exemplo, aumentaram 2,69%; custos com empregados domésticos tiveram alta de 4,51%, e com transportes, impactados pelas tarifas de ônibus urbano, ficaram 3,87% mais caras.

"Se tirássemos os produtos in natura do índice, a alta no primeiro trimestre teria sido de 1,86%. É uma diferença significativa, mas ainda é uma variação importante. Mesmo sem as pressões sazonais, o índice está elevado", afirmou o economista da FGV, André Braz.

Ele lembrou que há um cenário de inflação mais aquecido em 2010 que vem se refletindo nos custos para a terceira idade. Segundo o economista, há sinais de mais pressões, ao longo deste ano, vindo dos custos com carnes, feijão e leite, além dos medicamentos, que serão reajustados no segundo trimestre.






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