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Terça - 16 de Março de 2010 às 08:59
Por: Patrícia Sanches

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O presidente do Tribunal de Justiça José Silvério Gomes diz ter consciência de que o Poder Judiciário de Mato Grosso enfrenta a sua pior crise e que o caminho dele será cheio de espinhos para tentar recuperar a imagem desgastada. Mesmo em meio a um caminho sinuoso e cheio de problemas, o magistrado promete dizimar o nepotismo, pagamentos irregulares e regalias concedidas a magistrados e servidores. “Tudo que não podia acontecer, não vai mais ser feito aqui dentro. Vou moralizar esta Casa e mostrar que o Tribunal está aqui para servir à população”, garantiu Silvério, em entrevista ao RDNews.

O desembargador tem consciência de que vai mexer com os interesses de muita gente, mas afirma não ter medo de pressões. “Meu compromisso é com a legalidade e não com a facção”, disse. Pondera que não será fácil indeferir os pedidos dos desembargadores e servidores, mas que isso será necessário para recuperar a imagem do Judiciário. "Tenho certeza de que eles entenderão, porque todos os desembargadores estão unidos para recuperar a imagem do Judiciário".

José Silvério foi eleito presidente tampão do TJ em 3 de março, após o CNJ determinar a aposentadoria compulsória do ex-presidente Mariano Travassos e de outros nove magistrados. Todos são acusados de desviar R$ 1,5 milhão para a maçonaria e já recorreram para tentar reverter a situação. Como três desembargadores foram aposentados, segundo Silvério, pelo menos mil processos estão sendo redistribuídos.

Desde a punição dos magistrados, escândalo que teve repercussão nacional por se tratar de uma das punições mais rigorosas a juízes e desembargadores da história do Brasil, uma série de acontecimentos vem colocando em “xeque” o sistema judiciário, principalmente depois que se tornou pública uma investigação que corre em segredo de Justiça, onde é apurado um suposto esquema de direcionamento de processos e venda de sentenças. De acordo com investigações, que correm em sigilo no Superior Tribunal de Justiça (STJ), a distribuição dos processos era burlado para que fossem encaminhados a determinados juízes.

Conforme indícios, parentes de magistrados , assim como lobistas e advogados, fariam parte do esquema e o preço cobrado pela fraude variaria de R$ 10 mil a R$ 60 mil. O suposto esquema foi descoberto durante a gestão do desembargador Paulo Lessa e no STJ é relatado pelo conselheiro João Otávio Noronha. Na semana passada, em um novo episódio, um servidor foi flagrado em atitude suspeita mexendo no computador onde ocorre a distribuição do processo exatamente no momento em que o procedimento era realizado. Ele já foi exonerado do cargo.





Fonte: RD News

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