Serys e Abicalil disputam apoios por indicação do PT ao Senado
Os 17 prefeitos e os 19 vice-prefeitos do PT em Mato Grosso estão numa verdadeira “saia-justa”. Eles são assediados pelos grupos da senadora Serys Marly e do presidente estadual do PT, deputado federal Carlos Abicalil. Ambos disputam a indicação do partido para concorrer ao Senado. O grupo de Serys é o que mais “bate” duro. Os "emissários" dela aproveitam as conversas com prefeitos, vices e vereadores para lembrá-los que a parlamentar ajudou com emendas e intercedeu por eles quando necessário em Brasília. Abicalil, por sua vez, não fica atrás e tem mais força junto aos militantes devido aos “favores” prestados por meio do diretório estadual do PT, que comanda segunda vez consecutiva.
A briga de Serys e Abicalil é tão profunda e complexa que até mesmo na Assembleia há divisão. O deputado Ademir Brunetto integra o grupo que defende a reeleição da Serys, por outro lado Alexandre César, escudeiro de Abicalil, "veste a camisa" do deputado federal. Em março, Alexandre deixa a cadeira na AL para dar lugar ao titular da vaga, Ságuas Moraes, que deixa a secretaria estadual de Educação. Como Ságuas também integra o grupo de Abicalil, não haverá mudanças nos apoios no parlamento estadual. “Defendo o nome de Carlos Abicalil porque acredito que ele reúne melhores condições para pleitear o posto”, pondera Ságuas.
O embate pela indicação à senatória deve chegar às Câmaras Municipais. O PT conta com 110 vereadores no Estado. Em Cuiabá, por exemplo, o único parlamentar petista, o médico Lúdio Cabral, defende o nome da senadora. Ele pondera que a disputa entre ela e Abicalil deve provocar feridas difíceis de serem cicatrizadas após o embate. Para o vereador, Serys teve uma boa atuação no Senado e, por isso, estaria credenciada a disputar à reeleição.
Enquanto a situação não é resolvida, os debates continuam intensos nos 133 diretórios da sigla e nas oito comissões. Hoje existem cerca de 23 mil filiados no Estado. O racha também preocupa a cúpula nacional. Tanto que a pré-candidata à presidência, ministra-chefe da Casa Civil, Dima Rousseff, deve intervir e, se for necessário, Lula também promete “meter a colher” para solucionar a celeuma. Tamanha preocupação deve-se ao fato de Mato Grosso ser considerado é tido como um dos palanques mais expressivos na corrida a presidência. Contido, a briga interna entre Abicalil e Serys pode prejudicar a campanha de Dilma.
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