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Saúde
Sexta - 05 de Fevereiro de 2010 às 12:55
Por: Camila Neumam

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AFP
Laboratórios em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Ceará disponibilizarão vacinas a R$ 50 ou R$ 60 a dose.
Laboratórios em São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Ceará disponibilizarão vacinas a R$ 50 ou R$ 60 a dose.

A partir da segunda quinzena de fevereiro, laboratórios de análises clínicas de São Paulo (SP), Curitiba (PR), Rio de Janeiro (RJ) e Ceará já disponibilizarão a vacina contra a gripe suína. O preço da dose não está definido, mas alguns laboratórios pretendem vendê-la a até R$ 60.

A procura pelo serviço pago pode ser uma alternativa de imunização para aqueles que não fazem parte de nenhum dos grupos que serão vacinados gratuitamente no Brasil a partir de 8 de março pelo SUS (Sistema Único de Saúde), ou seja, crianças de 3 a 19 anos e adultos de 30 a 59 anos.

No programa de vacinação público, criado pelo Ministério da Saúde, serão contemplados primeiro os trabalhadores da área de saúde, indígenas, pessoas com doenças crônicas, gestantes, crianças entre seis meses e dois anos, adultos de 20 a 29 anos e maiores de 60 anos, nesta ordem. Veja as datas de vacinação abaixo.

Em discurso no último dia 26 de janeiro, dia da divulgação do cronograma de vacinação, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, autorizou a comercialização de vacinas contra H1N1 por clínicas privadas no país, desde que priorizem os grupos de risco.

No entanto, quem optar pela vacinação paga dos laboratórios, fora o inconveniente de por a mão no bolso, terá o benefício de não precisar seguir o cronograma do governo, podendo ser vacinado após o pagamento.

Vacina: 90% de eficácia

Os laboratórios Delboni Auriemo e Lavoisier, em São Paulo (SP), Frischmann Aisengart Medicina Diagnóstica, em Curitiba (PR), Lâmina Medicina Diagnóstica, no Rio de Janeiro (RJ), e o Lab Pasteur, no Ceará, disponibilizarão a vacina contra a gripe suína, composta por cepas do vírus H1N1 pandêmico e outros dois tipos que circulam no hemisfério sul, um “A” e um “B”, a partir da segunda quinzena de fevereiro.

Com essa composição, a vacina estará adequada a todas as faixas etárias, de crianças menores de 5 anos a idosos, incluindo os grupos que estavam de fora do cronograma de vacinação do governo. A dose poderá custar de R$ 50 a R$ 60.

Segundo o médico sanitarista Ricardo Cunha, responsável pela área de vacinas da DASA (empresa responsável pelos laboratórios citados), “a vacinação apresenta até 90% de eficácia e é indicada para todas as pessoas com idade superior a seis meses de idade e deve ser aplicada anualmente, já que o vírus sofre mutações”.

O médico indica a vacina a gestantes somente a partir do terceiro mês da gravidez, sempre com orientação médica. As reações mais comuns, que atingem entre 10% e 20% dos vacinados, são dor e no local da aplicação, mas os sintomas desaparecem espontaneamente entre 24 e 72 horas após receber a dose, segundo Cunha.

A vacina não é indicada para pessoas com alergia comprovada à proteína do ovo, já que a produção é a partir de embriões de galinha.

A DASA não confirmou a data exata do começo da vacinação em seus laboratórios, mas informou que o serviço não precisará ser agendado. Quem quiser se vacinar bastará comparecer aos endereços dos laboratórios em horário comercial e pagar a taxa no local.

Governo tem prioridade no estoque

O laboratório Fleury Medicina e Saúde, de São Paulo, também já está em negociação com as farmacêuticas Sanofi Pasteur e GSK (Glaxo Smith Kline), produtoras das vacinas autorizadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), para começar a vacinação contra o H1N1 no início de março. Segundo o infectologista Celso Granato, assessor médico para doenças infecciosas do laboratório, o foco da negociação é conseguir um número de doses suficiente para disponibilizar o serviço.

- Temos a intenção [de vacinar contra o H1N1] e estamos em contato com os produtores de vacina. Mas a informação é de que a prioridade é para o estoque do governo.

Granato não informou de quanto será o preço da dose no Fleury, mas afirmou que haverá uma triagem no laboratório para saber se as pessoas estarão aptas a tomar a vacina.

De acordo com o diretor da Associação Brasileira de Imunizações, Renato Kfouri, não há confirmação se as farmacêuticas produtoras fecharão contratos de venda com muitos laboratórios de exames clínicos pelo país, o que não garante grande oferta de vacinas para as pessoas em geral.

- Há um problema mundial de abastecimento [de vacinas contra H1N1]. No Brasil, já chegou uma grande quantidade para uso público e há licença para a venda, mas depende dos laboratórios quererem ou não trazer as vacinas.

Quem não quiser pagar

Para quem não pretende pagar para se vacinar, esperar pela disponibilidade do serviço público pode ser uma opção sem grandes riscos. Segundo o infectologista Celso Granato, quanto mais pessoas se vacinarem, menor será a circulação do vírus, diminuindo a probabilidade de contágio.

- Se um número razoável de pessoas for vacinada, você vai interferir na circulação do vírus na comunidade. Então, mesmo que não se vacine todo mundo, as pessoas que não receberem a vacina vão se beneficiar pela imunização de outras pessoas que estarão menos suscetíveis [à infecção do vírus].

Veja as datas de vacinação pelo SUS

De 8 a 19 de março: todos os trabalhadores de saúde do setor público e privado, área de limpeza, recepcionistas, motoristas de ambulância e toda a população indígena.

De 22 de março a 2 de abril: população com doenças crônicas (diabetes, doenças renais, hepáticas, respiratórias e obesidade), exceto os idosos, crianças entre 6 meses e dois anos.

De 22 de março a 21 de maio: gestantes.

De 5 a 23 de abril: adultos de 20 a 29 anos.

De 24 de abril a 7 de maio: maiores de 60 anos.

Como evitar a gripe suína

Embora o nome remeta aos suínos, não há evidências de que esse novo subtipo de vírus tenha acometido porcos. Por isso, ninguém precisa deixar de comer carne de porco ou outros produtos de origem suína. As pessoas saudáveis devem evitar o contato com secreções respiratórias e tocar olhos, nariz e boca. Além disso, os médicos recomendam que a população não coloque as mãos em lugares de contato comum, como corrimões e maçanetas em lugares de aglomeração. O Ministério da Saúde ainda recomenda:

• Ao tossir ou espirrar, cobrir o nariz e a boca com um lenço, preferencialmente descartável.
• Evitar locais com aglomeração de pessoas.
• Evitar o contato direto com pessoas doentes.
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
• Lavar as mãos frequentemente com água e sabão, especialmente depois de tossir ou espirrar.
• Em caso de adoecimento, procurar assistência médica e informar história de contato com doentes e roteiro de viagens recentes às áreas afetadas.
• Não usar medicamentos sem orientação médica.

Principais sintomas da gripe A

Os sintomas da gripe suína são muito parecidos com os da gripe comum. Mas, em geral, eles são mais fortes e mais difíceis de serem controlados. Fique atento se tiver febre acima de 38ºC, tosse, dores nas articulações, de garganta e de cabeça, prostração, dificuldade respiratória e vômitos. Evite tomar remédios por conta própria e procure um médico, de preferência, nas primeiras 48 horas do surgimento dos sintomas.





Fonte: do R7

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