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Nacional
Sábado - 30 de Janeiro de 2010 às 17:23

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Três pessoas morreram e três estão desaparecidas no município de Sengés (PR), próximo da divisa com o interior do Estado de São Paulo. As fortes chuvas que atingem o Paraná desde o início da semana fizeram surgir duas crateras de cerca de dez metros de profundidade na rodovia PR-239 (prolongamento da PR-151) e deixaram o município isolado. 

Major Osni José Bortolini, chefe de divisão da Defesa Civil do Estado, afirmou que os três corpos dos mortos já foram resgatados. Sobre os desaparecidos, o major disse que, provavelmente, há duas pessoas no rio e uma soterrada. "A situação está muito feia lá, eles continuam isolados, sem água, sem luz e sem telefone. Mas o tempo começou a melhorar e a chuva parou", afirmou Bortolini.

Telefones fixos e móveis da cidade não funcionam. A Defesa Civil do Estado do Paraná enviou duas equipes por terra e um helicóptero para o local. Os integrantes do órgão irão montar uma estação de rádio amador para se comunicar.

Rotas alternativas

A rodovia PR-239 --principal ligação entre o interior de São Paulo e o Paraná-- está interditada nos dois sentidos, entre os municípios de Sengés (PR) e Itararé (345 km de São Paulo). Não há previsão de liberação dos trechos.

Segundo a assessoria da Rodonorte, concessionária responsável pelo trecho paranaense da rodovia, com a nova cratera não será possível a construção de um trecho provisório para a passagem de veículos leves no local, como havia sido anunciado pela empresa anteriormente.

A recomendação da concessionária é que os motoristas que seguem do interior de São Paulo para o Paraná façam o desvio passando pelas cidades de Itaporanga (SP), Santana do Itararé (PR), Wenceslau Braz (PR), Ibaiti (PR) e Piraí do Sul (PR), chegando na PR-90. A rota alternativa aumenta a viagem em aproximadamente 100 km.

A outra opção, do Paraná para São Paulo, pode ser feita por Piraí do Sul, Ventania (PR), Ibaiti (PR), Santo Antônio da Platina (PR) e Ourinhos (SP).

Desabrigados no Estado

A Defesa Civil do Paraná informou que cerca de 300 pessoas estão desalojadas nas cidades de Campo Magro (região metropolitana de Curitiba) e São José da Boa Vista (norte do Paraná, na divisa com São Paulo), após as fortes chuvas que atingem o Estado desde o início da semana.

Em cada uma dessas cidades, 150 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas por risco de desabamentos. Em São José da Boa Vista, outras 30 pessoas estão desabrigadas --estão instaladas em abrigos públicos. Além disso, cerca de 15 casas foram danificadas, assim como várias pontes. Já em Campo Magro, 20 pessoas estão desabrigadas.

Em São Paulo

A cidade de São Paulo completou ontem o 38º dia com chuva, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura.

Neste sábado, novas pancadas devem atingir a região, de acordo com o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia). Se a previsão se confirmar, o recorde histórico de chuvas em janeiro pode ser batido hoje, já que faltam cerca de 3mm para superar o total registrado no mesmo mês em 1947, o mais chuvoso da história, com 481,4 mm (cada milímetro equivale a um litro de água por metro quadrado).

No interior, Atibaia (64 km de São Paulo), Bragança Paulista (90 km de São Paulo) e Sorocaba (99 km de SP) também sofrem com as chuvas fortes.

A Prefeitura de Atibaia informou neste sábado que o nível do rio que corta a cidade voltou a subir após as chuvas de ontem. De acordo com balanço da Defesa Civil, 31 cidades decretaram situação de emergência no Estado desde 1º de dezembro do ano passado, quando começou a chamada Operação Verão. O total de pessoas afetadas permanece em torno de 3.600, assim como os bairros alagados, que ainda somam 15.

Com o excesso de chuva, o rio Jaguari, em Bragança Paulista, voltou a subir na madrugada de ontem, após a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) aumentar a vazão da represa de mesmo nome pela segunda vez nesta semana, diz a prefeitura. Na cidade, cerca de 50 pessoas estão em alojamentos da prefeitura e outras --o número não foi contabilizado-- estão na casa de parentes.

Em Sorocaba, a chuva forte na madrugada de ontem fez com que 64 pessoas deixassem suas casas. Outras 30 famílias tiveram suas casas atingidas pelas inundações, mas se recusaram a sair. No município, 900 pessoas recebem refeições da prefeitura, porque não podem cozinhar nas casas alagadas.

A cidade sofre os efeitos da cheia do rio Sorocaba, que está recebendo o fluxo de água da represa Itupararanga, que tem 16 comportas abertas.

Com Agência Folha






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