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Saúde
Quinta - 14 de Janeiro de 2010 às 16:10

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A telmisartana, indicada para o controle da pressão arterial, acaba de receber aprovação da agência reguladora dos Estados Unidos, o FDA (Food and Drug Administration) e da Europa, o EMEA (European Medicines Agency) para redução de riscos de doenças cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio (IAM), acidente vascular cerebral (AVC) e insuficiência cardíaca congestiva. A indicação será para pacientes de alto risco, intolerantes aos tratamentos conhecidos como IECAs (inibidores de enzima conversora da angiotensina).

“Trata-se de um avanço no tratamento das doenças cardiovasculares. Agora, com a telmisartana, para os pacientes de alto risco, intolerantes ao IECA, os médicos podem contar com uma opção de primeira linha, independentemente da pressão arterial”, afirma Dr Otávio Rizzi Coelho, chefe do departamento de cardiologia da UNICAMP.

Para aprovação, o FDA considerou os resultados do estudo ONTARGET, que envolveu 25.620 pacientes de diversos países. A telmisartana demonstrou efeitos cardioprotetores em pacientes com alto risco cardiovascular, semelhantes aos de inibidores de enzima conversora da angiotensina (IECAs), porém com menos efeitos colaterais, como a tosse e o angioedema. 1-2. A telmisartana é um medicamento da classe dos BRA (bloqueadores dos receptores da angiotensina), uma das mais estudadas em pesquisas clínicas, e é amplamente utilizada em mais de cinco milhões de pacientes desde sua aprovação mundial, em 1998.

Pouco após a aprovação pelo órgão norte-americano, a telmisartana – também foi indicada pela Comissão Europeia, o EMEA, na redução da morbidade cardiovascular em pacientes com histórico de cardiopatia coronária, AVC, doença arterial periférica e, ainda, diabetes tipo 2 com lesão de órgão alvo documentada. O órgão europeu também considerou os resultados do ONTARGET, que confirmaram a telmisartana com a única opção terapêutica de sua classe, com comprovação de efeitos protetores.

Segundo Giuseppe Mancia, professor de Medicina e presidente do Departamento de Clínica Médica da Universidade de Milão, Bicocca, Itália, esta nova indicação é um importante desenvolvimento para os médicos e seus pacientes em risco. “A prevenção de eventos cardiovasculares é vital, já que estes são a causa primária de mortes na Europa em razão da falta de controle adequado dos fatores de risco tratáveis”, explica.

A doença cardiovascular é uma das principais causas de morte em todo o mundo, sendo responsável por 17,5 milhões de óbitos a cada ano.3 Para se dimensionar, o impacto, em todo o mundo, 7,6 milhões de pessoas morrem de um ataque cardíaco e 5,7 milhões morrem de um AVC a cada ano.3 Somente nos  EUA, 35% de todas as mortes (cerca de uma em cada três) são por doenças cardiovasculares.4

Já na Europa as doenças cardiovasculares representam o equivalente a 48% das mortes.

Eventos cardiovasculares fatais e não fatais são importantes riscos de saúde para milhões de americanos a cada ano, com aproximadamente 750 mil pessoas tendo um AVC fatal ou não fatal e uma incidência anual estimada de ataque cardíaco fatal ou não fatal de aproximadamente 935 mil.5

Além da aprovação pelo FDA e EMEA, telmisartana também já foi aprovado, com a nova indicação, na Bolívia, Canadá, Chile, México, Paraguai, Filipinas, Tailândia e Uruguai.

No Brasil, a nova indicação está sendo analisada pela autoridade sanitária competente.

Impacto do IAM/AVC no Brasil:

Infarto Agudo do Miocárdio

•          As doenças cardio e cerebrovasculares são responsáveis por mais de 32% das mortes por problemas de saúde no Brasil – 2007;

•          De 1998 até 2005, o número de internações por IAM aumentou em 65% (de 119 mil para 196 mil);

•          Os gastos da rede pública com o tratamento aumentaram 195% entre os anos de 1998 e 2005 – de 149 para 449 milhões;

•          Popularmente conhecida como ataque cardíaco, o infarto agudo do miocárdio é uma das denominadas doenças isquêmicas e tem como característica comum o fato do sangue não chegar ao músculo do coração, reduzindo, de maneira intensa, a quantidade de oxigênio que chega nesse órgão.

Acidente Vascular Cerebral


•          Popularmente conhecido como derrame, o AVC é responsável por 10% das mortes em todo o mundo;

•           Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 15 milhões de pessoas têm AVC por ano no planeta. Destas, cinco milhões morrem e outras cinco milhões ficam com sequelas físicas e mentais.






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