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Esportes
Quinta - 24 de Dezembro de 2009 às 11:19

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O relator do Orçamento da União para 2010, deputado Geraldo Magela (PT-DF), disse na quarta-feira que pressões de última hora o levaram a retirar R$ 1,2 bilhão dos recursos destinados a investimentos para a Copa-2014 em 12 Estados.

São Paulo, por exemplo, deixará de levar R$ 77 milhões para o reaparelhamento da polícia, além de R$ 23 milhões para obras de infraestrutura em esporte e lazer. Já o Ceará não ficará com R$ 100 milhões que, entre outras ações, complementariam obras do Castelão, uma das arenas da Copa.

"É o custo que tem a disputa política", reclamou o relator, explicando que esse dinheiro atendia a pleitos dos Estados em diferentes áreas, como segurança, transporte, turismo e infraestrutura urbana.

Magela disse que vai tentar salvar cerca de R$ 400 milhões que não estavam reservados para ações de investimentos, mas de custeio, como as bolsas de capacitação para a polícia do Rio de Janeiro.

Os recursos serão realocados em outras ações das bancadas estaduais na Câmara e no Senado. Apesar do corte, o governo pode, com aval do Congresso, remanejar verbas em 2010.

Ainda assim, o ministro do Esporte, Orlando Silva, classificou como "chantagem" o acordo feito entre a base governista e a oposição para pulverizar, entre deputados e senadores, parte da verba reservada para obras do Mundial no Brasil.

Segundo Silva, o ministério tinha disponíveis R$ 200 milhões para infraestrutura esportiva, que foram reduzidos a R$ 8 milhões. "Aos 47 minutos do segundo tempo, foi feito esse acordo. É uma contradição que vai atrapalhar a preparação do Brasil", disse o ministro.

Apesar das críticas ao Orçamento, Orlando Silva afirmou que o governo federal investirá R$ 8 bilhões em mobilidade urbana, 60% a mais que os R$ 5 bilhões inicialmente previstos.

O anúncio oficial será feito em janeiro pelo presidente Lula. Segundo Silva, os Estados e municípios deverão investir outros R$ 5 bilhões, totalizando R$ 13 bilhões. Orlando Silva, entretanto, não deu detalhes do cronograma das obras do PAC para a Copa de 2014.

O ministro disse apenas que um dos principais problemas são as obras nos aeroportos, que atualmente mal conseguem atender ao mercado interno. "O cronograma da Infraero tem que ser cumprido religiosamente, sob pena de colapso", disse o ministro.

Segundo a assessoria da Infraero, as obras não estão atrasadas. A estimativa é aumentar a capacidade de passageiros de 86 milhões para 143 milhões.

O ministro do Esporte disse também que outra preocupação são os atrasos nas obras de infraestrutura em Brasília.

Com a crise do "mensalão do DEM", que abalou o governo de José Roberto Arruda (ex-DEM), as obras para a construção do veículo leve sobre trilhos estão ameaçadas de perder recursos de uma financiadora francesa.

"Qualquer instabilidade na obra anula o projeto selecionado para Brasília", declarou Orlando Silva.





Fonte: Folha de S.Paulo

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