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Meio Ambiente
Quinta - 17 de Dezembro de 2009 às 16:39

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A Cúpula das Nações Unidas sobre Mudança Climáticas (COP-15), em Copenhague, se aproxima do encerramento sem acordo em vista, mas com muitos pedidos dos líderes políticos para que seja alcançado um consenso mínimo antes que seja demais tarde.

A corrida contra o relógio ficou clara nesta quinta-feira (17), nos corredores do Bella Center, sede da COP-15, em Copenhague, em uma tentativa de alcançar um acordo de mínimos por meio de uma "decisão", em vez do acordo juridicamente vinculativo desejado pela maioria dos 192 países participantes.

Foi Felipe Calderón, presidente do México, próximo anfitrião da conferência sobre mudança climática, em dezembro de 2010, que pediu em seu discurso um "acordo ambicioso" sobre a redução de emissões de gases poluentes que possa se transformar em um tratado legalmente vinculativo no ano que vem.

O enfrentamento entre os países ricos e os em desenvolvimento sobre a redução das emissões de gases estufa, que marcou os primeiros 11 dias de negociações, deu passagem para uma fase de mais diálogo, graças a dois documentos sobre a redução das emissões até 2050.

O presidente da cúpula, o primeiro-ministro dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen, aceitou hoje o pedido do grupo dos países em desenvolvimento de relançar as negociações partindo do Protocolo de Kyoto, o documento assinado em 1997 que regula as emissões para 37 países industrializados até 2012.

Pouco depois, uma proposta da secretária de Estado americana, Hillary Clinton, levantou os ânimos, fracos até então na maior reunião realizada sobre o tema, que atraiu 46 mil pessoas de todo o mundo, embora a ONU tenha restringido muito o acesso à sede da COP-15.

Hillary explicou que os EUA contribuirão com o "esforço global" dos países ricos de destinar US$ 100 bilhões anuais a partir de 2020 para combater a mudança climática, mas no contexto de um acordo firme que obrigue a todos.

A partir deste momento aconteceu algo inédito na reunião: começaram a circular mensagens de boas-vindas de ONGs e outras organizações falando sobre uma reviravolta positiva nos debates.

Assim, Kim Carstensen, chefe da organização ambientalista WWF, comentou que é encorajadora, porque "algumas novas ofertas foram postas sobre a mesa. Agora é o momento para que os chefes de Estado demonstrem sua capacidade de liderança".

Um deles foi a chanceler alemã, Angela Merkel, que fez hoje um dramático pedido em Copenhague a todos os participantes para alcançar um acordo vinculativo para limitar o aumento da temperatura a 2ºC.

"Todos os especialistas estão nos advertindo sobre as consequências dramáticas que será gerado por um aquecimento da temperatura acima desse nível. Copenhague será um fracasso se não alcançarmos um acordo vinculativo para evitá-lo", disse a chanceler.

Por sua parte, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, afirmou que um fracasso nas negociações da COP-15 "será uma catástrofe para todos".

"Os cientistas nos disseram que somos a última geração que pode fazer isto. Não podemos decretar", acrescentou, em alusão às dificuldades que a cúpula está atravessando para alcançar um acordo global de redução de emissões poluentes.

De uma perspectiva mais radical, o presidente da Bolívia, Evo Morales, identificou o capitalismo como uma "cultura da morte e como causa principal" do aquecimento global.

Morales expressou sua "surpresa", porque os líderes "só estão falando dos efeitos e não das causas da mudança climática", algo que qualificou como "covarde".





Fonte: EFE

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