"Sem reconhecimento da importância da floresta, não tem como avançar negociação", afirma Maggi

A proposta coletiva de compensação para a manutenção da floresta em pé liderada pelo governador Blairo Maggi e outros oito governadores da Amazônia Legal é a posição encampada pelo governo brasileiro. A avaliação do governador decorre das reuniões preparatórias com o governo federal para a Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP15), em Copenhague, e foi percebida a partir de reuniões que o governador teve na cidade europeia desde a semana passada.

Essa estratégia unida também foi realçada nos encontros que teve nesta segunda-feira (14.12) na COP15, ao apresentar o programa de Redução das Emissões do Desmatamento e Degradação da Floresta (REDD) no Fórum dos Governadores da Amazônia, e em reunião com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, chefe da delegação brasileira em Copenhague.

"Existe uma intenção e o Brasil defende o posicionamento, que é não só da ministra Dilma, como do ministro Minc, e foi transmitida aos governadores de que a posição do governo do Brasil é a mesma posição dos governadores da Amazônia", resumiu Maggi sobre encontros com as duas autoridades brasileiras e a proposta de se ter uma compensação para dar valor à floresta em pé. "Sem reconhecimento da importância da floresta em pé, não temos como avançarmos na negociação", afirma sobre proposta em negociação para o documento final da COP15.

A delegação mato-grossense, formada pelo governador, secretários, produtores rurais e ambientalistas teve três reuniões. O setor produtivo de Mato Grosso também realizou reunião em Copenhague nesta segunda-feira para apresentar propostas da agropecuária sobre conservação e proteção ambiental.

"Dissemos aqui que somos grandes produtorres de alimentos para o Brasil e o mundo, vamos continuar a crescer, mas não queremos continuar o desmatamento", disse Maggi após participar com a ministra Dilma e o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, do painel "Brasil: por uma economia sustentável", na noite desta segunda-feira.

No painel, a ministra abordou o Brasil e suas metas de redução de emissões de carbono, as ações que o Brasil tem executado para alcançar os objetivos, a matriz energética limpa brasileira e as iniciativas para combater o desmatamento na Amazônia, segundo informações da Agência Brasil em Copenhague.

PROGRAMA

O programa de Redução das Emissões do Desmatamento e Degradação da Floresta (REDD) é um serviço de valorizar financeiramente o carbono não emitido da floresta amazônica. O processo de queima ou derrubada da floresta emite o carbono. É um mecanismo de compensação que poderá dar valor à floresta em pé. O programa inclui o desenvolvimento de legislação e de políticas de contenção do desmatamento e um projeto-piloto na região Noroeste de Mato Grosso. Assim, reduz-se a emissão dos gases do efeito estufa.

O Governo de Mato Grosso e as ONGs Instituto Centro de Vida (ICV) e The Nature Conservancy (TNC) desenvolvem o piloto do programa no município de Cotriguaçu, no Noroeste do Estado. De acordo com estimativas preliminares, esse projeto poderá gerar reduções de emissões na ordem de 200 milhões de toneladas de CO2 na próxima década, sendo que Cotriguaçu representa cerca de 12% desse potencial.

Acompanham o governador na COP15, os secretários Terezinha Maggi (Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social), Luiz Henrique Daldegan (Meio Ambiente), Eumar Novacki (Casa Civil e Comunicação Social), Alexander Maia (Casa Militar), professora Flávia Nogueira (Extraordinária de Apoio a Políticas Educacionais), e o Adjunto de Publicidade (Júlio Valmórbida).

Também compõe a delegação de Mato Grosso, cuja viagem foi paga com recursos próprios de organizações que representam, líderes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato), Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja) e Instituto Centro de Vida (ICV).

Mais informações sobre a Conferência da ONU podem ser obtidas no endereço www.cop15brasil.gov.br.

(Com informações da Assessoria do ICV)