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Saúde
Quarta - 02 de Dezembro de 2009 às 12:29

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O consumo de maconha de alta potência diariamente aumenta em até seis vezes o risco de sofrer uma doença psicótica, diz artigo científico publicado na terça-feira (1º) e que tem como coautor o português Tiago Reis Marques.

"O uso diário de uma maconha mais potente aumenta em até seis vezes o risco de uma doença psicótica, como esquizofrenia ou outras semelhantes", explicou o psiquiatra dos hospitais da Universidade de Coimbra, que faz doutorado em Londres.

No Instituto de Psiquiatria de Londres, o português participa do estudo "Genetics and Psychosis" ("GAP - Genética e Psicoses"), cujos resultados foram parcialmente publicados ontem, na edição de dezembro do "British Journal of Psychiatry".

O pesquisador, de 33 anos, ressaltou, porém, que a maconha "não é uma causa em si", mas antes um fator de risco e um estopim para uma doença mental grave.

"Em pessoas que, com outros fatores de risco associados, como genéticos ou sociais, estejam em risco aumentado, [o consumo] é um fator precipitante para a esquizofrenia", disse.

Há muito que as pesquisas analisam as causas das psicoses, expressamente sobre fatores genéticos ou sociais e consumo de drogas. A novidade deste estudo é a comprovação de que a potência da maconha consumida e a frequência de seu uso aumentam até seis vezes o risco de apresentar doença psicótica.

Maconha geneticamente modificada

O pesquisador português explica que, atualmente, a maconha geneticamente modificada, originária da Holanda e de outros países e preferida por vários usuários comuns, tem de 12% a 18% de THC --substância que provoca sintomas como desinibição--, quando antes continha apenas 2% a 4%.

As "óbvias implicações para a sociedade" incluem olhar para a maconha "não como uma droga somente leve, mas como uma droga que potencia e aumenta o risco de doença mental grave", considerou o pesquisador.

O passo seguinte da equipe do pesquisador será perceber como a maconha atua no cérebro para que surjam sintomas psicóticos (delírios, paranoia, alucinações, sintomas de perseguição) e como a droga se combina com fatores genéticos.





Fonte: Lusa

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