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Meio Ambiente
Terça - 17 de Novembro de 2009 às 01:14
Por: Pablo Uchoa

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira, em Roma, que todos os países terão que apresentar números para firmar um compromisso de redução das emissões de gases que provocam o aquecimento global.

Para Lula, mesmo se a conferência global sobre o clima que será realizada em dezembro em Copenhague terminar sem um tratado internacional com metas obrigatórias, todos terão que definir em algum momento um limite para as emissões.

"Se não apresentar (uma proposta) hoje, apresenta amanhã, se não for amanhã, mês que vem ou ano que vem", disse o presidente. "Mas o fato é que não tem como escapar, e todos terão que apresentar números."

No domingo, líderes da Apec (Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico, grupo que reúne países da região) - incluindo Estados Unidos e China - decidiram adiar a definição de um acordo mundial sobre o clima para o ano que vem.

O primeiro-ministro dinamarquês, Lars Rasmussen, defende que a reunião de Copenhague sirva para definir acordos políticos que estabeleçam cortes de emissões para os países ricos e ações que devem ser adotadas por emergentes e nações pobres para combater o aquecimento global.

No entanto, o próprio Rasmussen admite que as metas obrigatórias só devem ser definidas em novas negociações quer serão realizadas em 2010.

"Se todos não conseguirem colocar números e estabelecer metas (em Copenhague), nós podemos pelo menos assinar um documento político que comprometa a gente a assumir a questão das metas", reagiu Lula, ao comentar a posição dos países da Apec.

EUA e China

Ao final da viagem a Roma, onde participou da Cúpula Mundial sobre Segurança Alimentar da ONU, Lula afirmou que pretende telefonar para os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e da China, Hu Jintao, para pedir mais empenho dos dois países nas negociações sobre o clima.

"Acho que a China tem que assumir mais responsabilidade, menos do que os Estados Unidos, mas a impressão que eu tenho é que os líderes vão a Copenhague para assumir um acordo", disse o presidente.

No sábado, em um encontro em Paris com o presidente francês, Nicolas Sarkozy, Lula já havia cobrado propostas "mais ousadas" de Estados Unidos e China.

Na mesma ocasião, Sarkozy disse que um acordo sobre as emissões "em que outros países dirão que isso ficará para depois" não seria aceitável.

"Não temos como aceitar que Estados Unidos e China não participem do processo", afirmou Lula, em Roma, nesta segunda-feira. "Nossa preocupação é que, na presença de um G2 (Estados Unidos e China), um possa utilizar o outro como um escudo para justificar a não apresentação de números."

Além de confirmar presença no encontro em Copenhague, o presidente negou que a eventual ausência de Obama ou Hu Jintao na reunião de dezembro possa comprometer as chances de um acordo mundial sobre o clima.

"Eu continuo otimista que a gente pode chegar em um número que seja razoável pra evitar a continuidade do aquecimento do planeta", afirmou.

Na última sexta-feira, o governo brasileiro apresentou a proposta "voluntária" que pretende levar a Copenhague. O Brasil afirma que espera reduzir as suas emissões de gases causadores do efeito estufa em entre 36,1% e 38,9% até 2020.





Fonte: BBC Brasil

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