Em MT cobertura de vacinação de Polio no dia D é a segunda menor do país

A poliomielite é uma doença causada por um vírus que pode resultar em paralisia, por vezes mortal. A melhor maneira de prevenir essa doença são duas gotinhas da vacina Sabin. Desde o início da década de 80 o Ministério da Saúde realiza uma campanha nacional para vacinar a população. Este ano foram gastos R$ 46 milhões. Do total, R$ 21,8 milhões na aquisição das vacinas; R$ 13,2 milhões transferidos para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde e R$ 11 milhões investidos em ações de comunicação e publicidade para as duas fases da mobilização. O dia principal da primeira fase da campanha é chamado de "dia D", e aconteceu no último sábado, dia 20.

Os dados mostram que Mato Grosso não se saiu bem nesse dia. Atingiu apenas 56% de cobertura e ficou na frente apenas do Pará, com 50%. Segundo Valéria de Oliveira, coordenadora de imunização da Secretaria Estadual de Saúde, a população esquece da data ou não acha importante. "O dia D é um dia especial. Além de inaugurar a campanha, ele é realizado no sábado, para que pais que trabalham possam levar seus filhos para ser vacinados. Mas essa campanha já existe há muitos anos, muitos país acabam se acomodando ou não acham que precisam mais vacinar seus filhos", diz Valéria.

O exemplo vem de Serra Nova Dourada (1125 km de Cuiabá). De acordo com o levantamento do Ministério da Saúde, este foi o município que mais vacinou: 115% da população atingida (o número é maior que 100% devido à população vizinha que se desloca para a cidade para receber a vacina). Priscila Nara de Castro, coordenadora do PSF da cidade, diz que a Secretaria se mobilizou para a campanha. "Temos cinco agentes de saúde: dois na cidade e três na zona rural. Cada um tem uma moto e no dia anterior eles percorreram a zona rural para avisar a população de que uma equipe passaria para vacinar as crianças no dia seguinte", informa Priscila. Ela disse também que uma das exigências que fez foi que os agentes percorressem 100% das residências. "Pedi inclusive para eles levarem um documento para que as famílias assinassem".

Na outra ponta fica o município de Nossa Senhora do Livramento (41 km de Cuiabá). Com apenas 23% de cobertura, a cidade figura na pior posição do Estado. "Não conseguimos nos mobilizar a tempo. Existem residências na Zona Rural que ficam muito longe. Algumas a mais de 120 quilômetros", informa Getúlio Alves da Silva, assessor da Secretaria de Saúde do município. Ele diz, no entanto, que a meta será atingida. "Até o final da campanha vamos chegar aos 100%".