Repórter News - www.reporternews.com.br
Economia
Sexta - 13 de Março de 2009 às 13:52
Por: Renata Giraldi

    Imprimir


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira que os dirigentes internacionais devem tomar ações políticas, e não técnicas, para reduzir neste momento os efeitos da crise econômica mundial. Ao anunciar que a crise será o principal tema do seu encontro nos Estados Unidos com o presidente americano, Barack Obama, Lula afirmou que "não é hora de tagarelar", mas sim de "agir" --num recado aos líderes internacionais.

"Acho que os dirigentes estão comprovando que agora não é hora técnica, é da política. Ou nós assumimos a responsabilidade por essa crise e damos saída para ela, ou se a gente ficar esperando com o Japão esperou na década de 90. O país demorou dez anos para sair da crise. E nós não podemos esperar dez anos, essa crise tem que terminar este ano", disse.

Na véspera do encontro com o Obama, Lula disse que o sistema financeiro americano "promoveu o maior desastre das finanças" que o mundo já viu. "Todos nós sabemos que a crise se originou nos Estados Unidos, que foi o sistema financeiro americano que promoveu o maior desastre das finanças que nós já vimos e, consequentemente, isso mexeu com grande parte do mundo", afirmou.

O presidente brasileiro vai defender, no encontro com o Obama, mudanças no sistema de crédito que permitam à população ter acesso a empréstimos. "Hoje, o maior problema significa ausência de crédito no mundo, ou seja, o dinheiro desapareceu. O que eu quero conversar com o presidente Obama de forma muito franca é como fazer para restabelecer o crédito internacional. Não é um crédito do Estado para o Estado, mas crédito para quem quiser tomar dinheiro emprestado."

Além do encontro com Obama, o presidente brasileiro disse que pretende discutir a crise econômica com líderes internacionais durante reunião do G-20, marcada para abril. "Tudo isso vai ser possível no G-20. Por isso que continuo com o meu otimismo, continuo acreditando."

Subsídios

Lula voltou a defender a redução dos subsídios impostos pelos países desenvolvidos. Favorável à retomada da Rodada Doha, o presidente afirmou que a médio prazo o protecionismo será um "desastre" para todo o mundo.

"Nós precisamos deixar claro [ao G-20] que o protecionismo pode ajudar momentaneamente, mas no médio prazo o protecionismo será um desastre para a economia mundial. O Brasil é contra a volta do protecionismo. Não é possível que o mundo rico, que passou meio século dizendo que era preciso ter livre comércio, agora no primeiro calo que começa a doer, eles acham que tem que voltar o protecionismo", afirmou.

Na opinião de Lula, os países precisam "aprender a tomar conta" de suas economias.





Fonte: Folha Online

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/163457/visualizar/