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Nacional
Sexta - 06 de Março de 2009 às 17:16

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O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) criticou nesta sexta-feira a forma como o governo Luiz Inácio da Silva enfrenta a questão agrária no país. Segundo ele, o governo é "indulgente" com os abusos cometidos pelos sem-terras e deixa dúvidas com relação a forma com a qual encara o movimento.

"O problema é que houve uma divisão do governo, o ministro da Justiça [Tarso Genro] justificou e disse que era natural que houvesse invasões, que era fortalecimento do movimento, e o presidente Lula disse que isso é inaceitável. Não se sabe qual é a posição do governo a respeito", afirmou o tucano, referindo-se ao confronto entre sem-terra e cinco seguranças em São Joaquim do Monte (PE), que terminou com a morte de quatro dos seguranças no sábado de Carnaval.

A polêmica em torno da atuação do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e outros movimentos sem terra voltou à tona depois do presidente do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, chamaou de ilegal o repasse verbas públicas para esses grupos.

FHC, no entanto, preferiu não fazer críticas ao fato de o governo financiar entidades ligadas ao movimento sem terra. Segundo ele, é preciso analisar caso por caso antes de criticar. "Não é possível dizer que todos os repasses são legítimos porque não são", disse.

Para o ex-presidente, o governo Lula é indulgente ao não cumprir a MP (medida provisória) aprovada durante sua gestão que estabelece que terras ocupadas não podem ser desapropriadas.

"É uma indulgência do governo com a transgressão da lei. Esse é um problema grave. [...] Não é que o movimento sem-terra não deve existir, deve existir mas dentro da lei. [...] É incompreensível que o governo não se manifeste em favor da lei. Ou então que mude a lei no Congresso", afirmou FHC.

Dados do MST mostram que 11% das suas 7.627 ocupações de terra promovidas desde 1984 --quando o movimento surgiu-- ocorreram durante o governo Lula. Já durante o segundo governo de Fernando Henrique Cardoso o número pouco se alterou, ocorrendo apenas quatro entre 1999 a 2002.





Fonte: Folha Online

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