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Internacional
Quarta - 04 de Fevereiro de 2009 às 09:46

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Diante do grave aumento da violência no Afeganistão e de dados preocupantes divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas), o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, autorizará esta semana o envio de 20 mil a 30 mil soldados extras ao país asiático, informa nesta quarta-feira o jornal "The Wall Street Journal".

Segundo as fontes do Pentágono citadas pelo jornal, espera-se que estes reforços estejam todos mobilizados até meados do ano. Com isso, o contingente americano, que atualmente conta com cerca de 36 mil efetivos, chegará a algo entre 56 mil e 66 mil --o maior número de soldados americanos desde a chegada da coalizão internacional liderada pelos EUA, em 2001.

Nesta terça-feira (3), a ONU anunciou que mais de 2.100 civis foram mortos no Afeganistão no ano passado, um aumento de 40% em relação ao ano anterior. John Holmes, coordenador de emergência da ONU, afirmou que o crescimento foi resultado do aumento da violência e dos confrontos entre terroristas e tropas internacionais no país. O ano de 2008 foi considerado o mais violento desde a chegada das tropas lideradas pelos Estados Unidos, em 2001, quando o Taleban foi deposto do poder.

Durante a campanha presidencial, Obama prometeu encerrar o conflito no Iraque e ampliar a presença americana no Afeganistão para implementar a "guerra ao terror" no país onde estão os "verdadeiros responsáveis" pelo terrorismo mundial.

O posicionamento das tropas adicionais se concentrará na conflituosa fronteira com o Paquistão, no leste do país e nas áreas de cultivo de ópio, como a bacia do rio Helmand, no sul --o Afeganistão é responsável pela produção de grande parte da heroína consumida em todo o mundo.

Os comandantes americanos afirmam que a medida é parte do esforço americano para conter o crescimento do Taleban e garantir a segurança de regiões do Afeganistão que estão distantes da capital Cabul. Diferentemente do Iraque, onde a violência se concentra nas cidades, a guerra do Afeganistão aumenta em zonas tribais isoladas.

O comandante das forças americanas no sul do Afeganistão, o general-de-brigada John Nicholson, disse ao jornal que as tropas extras servirão para proteger a população. "Vamos até onde está o povo", disse.

Segundo o jornal, as tropas destinadas ao vale Helmand ficarão ainda ao longo de duas das principais estradas do sudeste, onde o número de ataques a bomba contra patrulhas aumentou significativamente.

Já o comandante no leste do Afeganistão, o major-general Jeffrey Schloesser, disse ao "Wall Street" que têm intenção de "reforçar as linhas em Kunar", Província fronteiriça com o Paquistão. "Poderemos chegar até alguns povos aos quais ainda não chegamos".

O reforço, contudo, deve ampliar o número de confrontos e mortes de soldados e levar a guerra ao debate público. "Eu detesto dizer, mas sim, eu acho que haverá mais [mortes de americanos]", disse o vice-presidente, Joe Biden, em entrevista a CBS no domingo (1º). "Haverá um aumento". Obama arrisca-se assim a receber o rótulo belicista que marcou a queda da popularidade de George W. Bush.

Com Efe





Fonte: Folha Online

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