Eleitores de Paranatinga podem ter que voltar às urnas este ano

Os moradores de Paranatinga (a 328 km de Cuiabá) correm o risco de ter que voltar às urnas para escolher quem vai comandar o município pelos próximos 4 anos. O ex-prefeito Vilson Pires (PR), que durante a campanha eleitoral ficou alguns dias hospitalizado após um infarto, saiu vitorioso na "briga" contra o prefeito Carlos Nascimento (PMDB). Mesmo assim, ele não pode ser considerado eleito porque teve seu registro indeferido. Do outro lado está Nascimento, que até poderia assumir o lugar de Vilson na prefeitura, já que foi o segundo colocado, mas é acusado de ser depositário infiel de R$ 612 mil, em um processo que envolve uma empresa prestadora de serviço do sistema de abastecimento de água e até pouco tempo atrás era foragido da Justiça, após ter tido a prisão decretada. Além disso, Carlinhos está sub judice devido à inaptidão da ex-candidata a vice-prefeita Valéria da Silva Nicola, também do PMDB.

Vilson recorreu ao TRE, sem sucesso. Agora, impetrou um novo recurso, dessa vez junto ao TSE, que deve julgá-lo na primeira quinzena de novembro. Ocorre que, de acordo com o artigo 224 da legislação eleitoral, caso sejam anulados os votos destinados a Vilson, que somam mais de 50%, o pleito deve ser considerado inválido. Neste caso, uma nova eleição acontece entre 20 e 40 dias após a decisão do TSE, ou seja, ainda este ano.

Na prática, a população de Paranatinga não sabe quem assumirá o comando do município a partir de 1º de janeiro.O município conta com pouco mais de 15 mil habitantes, dos quais 11,4 mil estão aptos a votar. Carlinhos Nascimento (PMDB) obteve 4.435 votos e seu adversário, Pires (PRP), chegou aos 5.253. A Justiça Eleitoral considera, ao menos por enquanto, todos os votos anulados na cidade.