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Economia
Quinta - 07 de Agosto de 2008 às 19:14
Por: Daniel Milazzo

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O IPC (Índice de Preços ao Consumidor) referente ao mês de julho registrou elevação de 0,45%; em junho, o IPC foi de 0,96% - uma queda de 0,51 pontos percentuais. Coordenador do IPC, que é divulgado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), o economista Antônio Evaldo Comune atribui a desaceleração da inflação no mês de julho principalmente ao recuo no aumento de preços dos alimentos.

- Eu acho que alimentos ainda estarão contribuindo para desacelerar um pouco mais a inflação, como tem sido visto nas últimas sete semanas. A inflação recua por conta da retração dos alimentos - avalia.

Em junho, a inflação dos cereais (arroz, feijão, soja, milho etc) foi de 11,5%. Porém, o dado registrado em julho foi de apenas 0,79%.

- Foi uma queda violenta - considera o economista, atribuindo o recuo a uma entressafra apressada este ano.

As carnes, por exemplo, registraram um inflação de 9,79% em junho e caíram para 2,80% no mês seguinte. Contudo, Comune aponta que a inflação de todo o conjunto dos alimentos em julho foi de 1,07%, "um índice alto", segundo o economista.

Demanda interna

Comune, que também é professor de economia da Universidade de São Paulo, prevê que o IPC de agosto será mais alto, pois o aumento do consumo de energia nesta época já estarão embutidos. Segundo o economista, apenas o consumo energético representa 0,22% do índice. Ele acredita que este aumento já será contemplado no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que será divulgado nesta sexta-feira, 8, pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Para o segundo semestre, Comune acredita que será a alimentação o que vai pautar o comportamento da inflação. Ele destaca que mesmo com a medida do Banco Central em elevar a taxa básica de juros (a taxa Selic, hoje fixada em 13% ao ano), a demanda interna deve continuar pressionando a inflação até o final do ano.

- (A política do BC) É uma tentativa de segurar a demanda interna e tentar garantir o máximo de oferta interna, com financiamento da safra. Para que a pressão principalmente em 2009 não seja tão forte como foi agora - esclarece - Não dá para aumentar a oferta de repente (...) esse ano não tem muito mais o que fazer para consertar.

A elevar o superávit, por meio da redução de gastos do governo, como aponta o próprio economista, sublinhando que o governo é um dos maiores consumidores da produção interna.

Na última terça-feira, 5 de agosto, a Câmara aprovou medida provisória aumentando o salário de 1,4 milhão de servidores públicos - serão R$ 8 bilhões de gastos extras até o final de 2008.





Fonte: Terra Magazine

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