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Nacional
Segunda - 10 de Junho de 2013 às 03:29

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Médica chefe da UTI do hospital Evangélico, Virgínia Helena Soares de Souza, sendo conduzida por policiais no momento de sua prisão Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo / Futura Press
Médica chefe da UTI do hospital Evangélico, Virgínia Helena Soares de Souza, sendo conduzida por policiais no momento de sua prisão
Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo / Futura Press


A médica Virgínia Helena Soares de Souza, chefe da UTI Geral do Hospital Evangélico de Curitiba (PR), acusada de oito homicídios duplamente qualificados, afirmou que não acelerou a morte de nenhum dos pacientes da unidade. "Eu nunca abreviei a vida de ninguém", disse, afirmando que apenas “exerceu exatamente a medicina como ela tem que ser”. “Inocente ou culpado depende de você agir errado e com má fé.” Vírgina, três médicos e duas enfermeiras do Hospital Evangélico são acusados de homicídio e formação de quadrilha. De acordo com a acusação, uma das vítimas foi Ivo Spitzner, que morreu na UTI do hospital, em janeiro, aos 67 anos. Pela prescrição médica, foi aplicado no paciente o medicamento Pavulon, que paralisa os músculos, inclusive os da respiração. “Foi um quadro que não tinha mais retorno, tanto pela sequela cerebral que ele já tinha, mas, certamente 100 minutos de parada, foi um absurdo. Esse é um quadro sem retorno. Então, isso é definido com o cirurgião que participa, com todos que participam”, disse Virgínia. Segundo o cardiologista José Eduardo Siqueira, membro da Associação Internacional de Bioética, não havia justificativa para usar o Pavulon, pois o paciente já estava entubado. As informações são do Fantástico.

Sindicâncias foram abertas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e pelas secretarias de Saúde depois das denúncias e apontaram que a UTI geral do Evangélico contrariava recomendações do Ministério da Saúde. “A conduta que lá era realizada seguia a concepção das pessoas que lá atuavam”, afirmou Adriano Massuda, secretário municipal de Saúde de Curitiba. Vírgina disse que consultava a equipe médica antes de decidir se um paciente em estado terminal receberia cuidados paliativos, o que foi contestado pelo Ministério Público. “Nos prontuários médicos dos pacientes não havia registros de que tenha sido consultado o paciente ou sua família, muito menos uma equipe médica”, afirmou a promotora Fernanda Garcez. Vírginia também rebateu gravações telefônicas na qual conversava com um colega médico e utilizava o verbo ‘ir’ quando o paciente morria. “Muitas vezes você diz: "Ah, hoje comigo foram quatro". Nós perdemos, isso é um desabafo. Não quer dizer que você induziu a morte de quatro”, explicou a médica. Ela se disse muito exigente. “Às vezes, até grosseira. Conforme a situação, você chega a ser, né? Porque é um ambiente tenso, é um ambiente que exige agilidade, que exige muita dedicação.” Vírginia aguarda o julgamento em liberdade, depois de ficar um mês presa.





Fonte: Terra

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