Cerca de 5 mil pessoas devem ir para cavalhada neste domingo em Poconé

A cidade de Poconé deverá receber neste domingo (1º) cerca de 5 mil pessoas que irão acompanhar a cavalhada, uma das mais antigas manifestações culturais de Mato Grosso. O festeiro deste ano, Wanderley Silva, diz que está sendo preparado um lindo espetáculo e o frio que tomou conta da baixada cuiabana nesta sexta-feira, não irá congelar os ânimos dos poconeanos que celebram desde 1769 a cavalhada.

Membro da Irmandade de São Benedito e organizador da festa há mais de 10 anos, Wanderley considera a cavalhada uma manifestação ímpar devido o seu valor histórico. Além de mais de dois séculos de tradição, ela encena um fato marcante da história mundial: as cruzadas. Representa a guerra entre mouros e cristãos.

A população já está dividida entre azul e vermelho e o clima esquenta na noite de sábado (31), quando é realizada uma carreata dos dois grupos percorrerão as ruas de Poconé para anunciar a cavalhada e chamar os moradores para a arena no domingo, onde acontecerá o embate dos cavaleiros.

A cavalhada ocorreu pela primeira vez em comemoração a chegada do capitão-general Luiz Pinto de Souza Coutinho, terceiro governador de Mato Grosso. Ganhou sede em Poconé e representa um ato de louvação aos santos padroeiros, tanto que em todos os anos a festa acontece junto com a celebração de São Benedito.

A cavalhada é baseada nas cruzadas e a encenação na arena ocorre em torno do casamento e rapto da rainha dos Mouros. Só que o episódio do seqüestro ainda é muito questionado, muitos acreditam que na realidade o exército cristão recupera a rainha que já havia sido raptada anteriormente. Numa das versões, a rainha seria Florípedes, filha do Almirante Balão, rei dos Mouros, e Carlos Magno, rei cristão, que raptam a rainha e colocam fogo no castelo dos adversários.

Além do espetáculo, na arena também acontecem a competição entre os cavaleiros que enfrentam várias provas no decorrer do dia, entre elas, a corrida de fogo; corrida da flor grande; corrida da suciri. Na somatória geral, os cristãos estão na frente do placar, mas mesmo assim os torcedores dos mouros não desanimam e marcam presença lotando as arquibancadas e camarotes.

A festa começa com a entrada dos cavalheiros carregando as bandeiras do Divino Espírito Santo e São Benedito. Em seguida, acontece a apresentação dos exércitos cristão e mouro ao som de um tambor. Inicia-se a encenação com o exército cristão colocando fogo no castelo e realizando o rapto da rainha, o que dá motivo para iniciar a disputa. As torcidas também participam da cavalhada se manifestando durante a competição.