Segundo Tribunal de Contas, apenas 34,89% das obras estão prontos. Relatório apontou nesta terça-feira (4) atrasos em 16 dos 22 projetos.
A um ano da Copa do Mundo, Cuiabá não concluiu nem metade das obras

Faltando 373 dias para a realização dos jogos da Copa do Mundo FIFA em 2014, o pacote de obras lançado para preparar Cuiabá como uma das sedes do evento no Brasil ainda não foi concluído nem pela metade. De acordo com relatório de acompanhamento das obras lançado nesta terça-feira (4) pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), os atrasos na execução dos projetos fizeram com que, até o final de abril (última medição realizada), apenas 34,89%  do total de construções fossem concluídos na capital mato-grossense.


 

O número está abaixo do percentual de avanço geral do pacote de obras estipulado para o período, que seria de 58,44%, situação que levou o TCE a advertir o governo de Mato Grosso, cobrando um plano de providências da Secretaria Extraordinária da Copa 2014 (Secopa) para compensar os atrasos verificados na execução de mais de R$ 2,2 bilhões em obras licitadas por meio do governo estadual.



 

O atraso constatado pelo TCE compromete a entrega de projetos que incluem as principais e mais caras intervenções aguardadas pela população da região metropolitana de Cuiabá: o novo estádio da cidade (a Arena Pantanal, hoje com 67,8% executados); o novo modal de transporte público, Veículo Leve sobre Trilhos (VLT, cujas obras avançaram apenas a metade do percentual previsto para o período); e a ampliação do Aeroporto Internacional Marechal Rondon (que já deveria ter concluído pelo menos um quinto dos trabalhos, mas não passa ainda de 5,25%).


 

No período analisado pelo TCE, que vem acompanhando periodicamente as medições das obras, os atrasos vão de 30 a 353 dias, como é o caso da duplicação da Avenida Vereador Juliano Costa Marques, uma das intervenções previstas no pacote para incrementar a mobilidade urbana na cidade.


 

Dentre as outras obras atrasadas estão o Centro Oficial de Treinamento da Barra do Pari (170 dias fora do prazo), trincheiras, duplicações, restaurações, adequações e pavimentação de vias.


 

No relatório disponibilizado no site do tribunal, o conselheiro Antônio Joaquim, relator das contas da Secopa, critica o aditamento de vários contratos do pacote de obras, afirmando que a fixação de novos prazos significa, na realidade, a admissão de que houve atrasos consolidados. "Note-se que muitas obras apresentam atrasos consolidados significantes e em alguns contratos esses atrasos superam o prazo de execução inicialmente previsto da obra", enfatiza o conselheiro.


 

A Secopa não se pronunciou a respeito do relatório do TCE, mas, como em outras ocasiões em que o tribunal apontou atrasos, registrou que o acompanhamento das medições serve de auxílio para a condução dos trabalhos do governo. Já sobre o avanço da ampliação do aeroporto Marechal Rondon, a Infraero ainda deve se posicionar em breve.