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Saúde
Quarta - 09 de Abril de 2008 às 13:53
Por: Cida Capelassi

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Dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES) sobre a situação da malária em Mato Grosso, no ano de 2008, apontam queda de 44,05% dos casos confirmados da doença, se comparados ao ano de 2007. De Janeiro a Março de 2007 o Estado confirmou 1.775 casos de malária. No mesmo período de 2008 foram confirmados 993 casos da doença, apontando a queda.

Segundo a gerente da Vigilância Epidemiológica, Siriana Maria da Silva, no ano de 2006 Mato Grosso confirmou 8.143 casos da doença. No ano de 2007 foram confirmados 7.844, apontando uma redução de 3.67%. O ano de 2005 fechou com 9.840 casos confirmados.

“Mato Grosso trabalha com os dados confirmados da doença, por local de infecção, notificados no Estado e também nos outros Estados Federativos, ou seja, a pessoa que contraiu a doença em Mato Grosso e foi notificado em outro Estado é computado para Mato Grosso. Já o Ministério da Saúde (MS) trabalha com a notificação de origem dos Estados”, disse Siriana Silva, explicando também que na série histórica de Mato Grosso, de 2005 a 2008, os casos confirmados de Malária vêm reduzindo gradativamente.

A queda se deve às ações do Governo do Estado, em consonância com os municípios, que trabalham no enfrentamento da doença e, principalmente, às forças tarefas que vêm sendo realizadas desde o ano de 2005 na região Noroeste do Estado, e ao Projeto de Fronteira, entre Mato Grosso e Rondônia, que está sendo realizado desde Outubro de 2007, onde aconteceram ações integradas entre os municípios dos dois Estados, além de manter ações de Vigilância Epidemiológica voltadas à Dengue e à imunização de outras doenças.

No ano de 2008 os municípios prioritários para o controle da doença são: Colniza, com 346 casos, Aripuanã, com 94 casos, Rondolândia, com 71 casos, Juina, com 68 casos, Lucas do Rio Verde, com 49 casos e Colider, com 19 casos, municípios esses com grandes fluxos migratórios e maiores notificações da doença.

A Malária é uma doença infecciosa, causada por um protozoário do gênero Plasmodium e transmitida de uma pessoa para outra, através da picada de um mosquito do gênero Anopheles, ou por transfusão de sangue infectado com plasmódios. As espécies de plasmódios que afetam o ser humano são: Plasmodium vivax, Plasmodium falciparum, Plasmodium malariae e Plasmodium ovale.

O diagnóstico de confirmação da doença é feito por exame parasitológico de sangue (gota-espessa) e por métodos sorológicos (imunofluorescência indireta, Elisa).

O mosquito Anopheles também é conhecido como pernilongo, mosquito prego, carapanã, sendo que a fêmea alimenta-se de sangue para maturação dos ovos, enquanto que o macho, alimenta-se de seiva vegetal. Esses mosquitos se criam em águas de remansos de rios e córregos, lagoas, represas, açudes, valas, valetas de irrigação, alagados, pântanos e em águas coletados em plantas bromeliáceas ( caraguatá ou gravatá).

A fêmea do anophelino, após o acasalamento, precisa alimentar-se de sangue para a maturação dos ovos. Ao nascer, o mosquito não transmite doença alguma, o que somente ocorre, no caso de malária, após ter picado um doente portador da doença. Alguns dias (10 a 20 dias) depois de picar uma pessoa com malária, o mosquito passa a transmitir a doença para outras pessoas através de sua picada, podendo continuar a transmitir por toda sua vida, que é de cerca de 25 a 30 dias. O espaço de tempo que vai da picada do mosquito infectado, até o aparecimento dos sintomas dura, em média, 15 dias.

Os sintomas da Malária são: intenso calafrio seguido de febre alta, vômitos, dores de cabeça e no corpo. À medida que a temperatura começa abaixar, o doente apresenta intensa sudorese. Estes acessos se repetem com intervalos diferentes, de acordo com a espécie do plasmódio.

A prevenção da doença leva em conta o fato de que não existe uma vacina que confira proteção contra a malária. Para se obter algum grau de proteção contra a malária , restam, a utilização de repelentes, roupas de mangas compridas, mosquiteiros sobre as camas ou redes de dormir, telas nas janelas e portas das habitações e evitar a permanência ao ar livre nos horários em que o mosquito se apresenta em maior quantidade, como o amanhecer (crepúsculo matutino) e o anoitecer( crepúsculo vespertino).

Neste sentido, a educação em saúde, tem-se utilizado de várias estratégias para o envolvimento da população e profissionais da área de saúde, informando sobre a doença, sobre o vetor (seus hábitos, criadouros) e sobre as medidas de prevenção e controle.

CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS - Estima-se que mais de 40% da população mundial está exposta ao risco de adquirir malária. A área endêmica da malária no Brasil possui aproximadamente 6,9 milhões de km, correspondendo a 81% do território nacional, com 61 milhões de habitantes, sendo 19 milhões na Amazônia legal. A população mais exposta ao risco de contrair a infecção corresponde a 6 milhões de habitantes, na Amazônia Legal, e a menor de 1 milhão, no restante do país.

PONTOS DE ALERTA EM MT: A Malária hoje concentra-se na região noroeste, onde temos o município de Colniza que ocupa, ha mais de três anos, acima de 50% dos casos notificados no estado. Temos também os municípios localizados às margens da BR 163, onde estão sujeitos à ocorrência de focos de malária. A BR 163 promove a conexão do Mato Grosso com Estados da região norte do país que são considerados endêmicos para malária e registram altos índices da doença.

DEFINIÇÃO DE CASO:

Suspeito: todo indivíduo procedente de área de transmissão malárica, ou com história de transfusão sangüínea, que apresenta quadro febril, especialmente se acompanhado por outros sintomas sugestivos. Confirmado: todo caso suspeito que apresente parasitas em exame de gota espessa.

MEDIDAS DE CONTROLE - As medidas de controle são baseadas no diagnóstico imediato e tratamento oportuno dos casos, aplicação de medidas anti-vetoriais seletivas, pronta detecção de epidemias para contê-las e reavaliação periódica da situação epidemiológica da malária no país.

As atividades antimaláricas devem estar adaptadas às condições epidemiológicas locais e seus objetivos devem ser tecnicamente viáveis e financeiramente sustentáveis. Antes de selecioná-los, é preciso compreender fatores como a incidência e a prevalência da doença, a mortalidade e os grupos de risco locais.

O levantamento entomológico deve ser realizado oportunamente, para que sejam coletadas as informações sobre os hábitos e reprodução dos mosquitos locais, espécies prevalecentes, sua densidade e infectividade, as condições ecológicas e sazonais, e a resposta do mosquito aos inseticidas e do parasito ao medicamento, respectivamente.

As ações de controle da malária estão concentradas nas áreas de “alto risco”, levando em conta dois elementos fundamentais: a descentralização e o controle integrado. As demais áreas são consideradas em vigilância epidemiológica com intervenções anti-focais, sempre que houver necessidade. No combate aos vetores, o programa de malária utiliza diferentes produtos químicos preconizados pelo Ministério da Saúde para nebulizações especiais e em borrifações intra domiciliares.

Atividades de saneamento ambiental poderão ser empregadas caso haja justificativa e indicação precisa, visando a eliminação de criadouros de anofelinos ( drenagem, retificação de cursos d’água, pequenos aterros).

O objetivo de toda essa atividade é manter a vigilância epidemiológica visando impedir a reintrodução da endemia, através do diagnóstico, tratamento dos casos e eliminação de novos focos. Na região amazônica, as ações são voltadas para o acompanhamento dos dados dos exames laboratoriais de rotina e tratamento precoce dos casos.





Fonte: SES-MT

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