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Cultura
Sábado - 16 de Fevereiro de 2008 às 16:24

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O filme "Tropa de Elite", de José Padilha, foi premiado neste sábado no Festival de Berlim com o Urso de Ouro de melhor filme, durante a cerimônia de encerramento da 58ª edição da Berlinale. O documentário "Standard Operating Procedure", de Errol Morris, sobre as torturas a presos iraquianos em Abu Ghraib, ganhou o Urso de Prata.

O filme, o primeiro longa-metragem de ficção de Padilha, é inspirado no livro "Elite da Tropa", que narra cenas de violência e corrupção policial no Rio de Janeiro.

"É difícil expressar sentimientos em qualquer língua. Costa-Gavras é um herói para todos na América Latina, por todos os filmes que fez", disse o diretor brasileiro ao receber o prêmio das mãos do presidente do júri, o diretor franco-grego.

Ele concorria com vinte filmes, e a sua receptividade na crítica especializada durante o Festival foi bastante controversa. Gerou desde críticas --principalmente ao seu excesso de belicismo e tom fascista-- quando elogios --sendo até chamado de "o novo Cidade de Deus."

"Tropa de Elite" ainda teve que superar problemas técnicos durante o Festival. O filme foi exibido no original em português com legendas em alemão --o normal são legendas em inglês. Por causa disto, os jurados e o presidente do júri, o cineasta grego Costa-Gavras, tiveram que usar fones de ouvido, com narração em voz feminina.

Na ocasião da exibição do filme em Berlim, Padilha disse acreditar que os críticos estrangeiros que atribuíram ao filme um caráter fascista foram influenciados por colegas brasileiros que reprovam "Tropa de Elite" desde a sua estréia no Brasil.

Sobre as resenhas publicadas, o diretor afirmou: "Uns nos acharam inteligentes, outros fascistas. Na verdade, não me preocupo com isso".

Quando falou da reação a "Tropa de Elite" no Brasil, o cineasta disse durante o Festival: "Temos uma polícia muito corrupta e muito violenta. A população odeia a polícia, com boas razões. Acho que parte do público tomou o filme como uma vingança contra a polícia, o que foi difícil, porque vingança não é um bom sentimento."

Ressaltando que "tudo o que está no filme, de fato, acontece", Padilha mencionou os traficantes brasileiros como violentos e cruéis. Para ele "já é hora de acabar com essas categorizações entre direita e esquerda, porque o que interessa é o que está acontecendo".





Fonte: Folha Online

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