Publicidade
Repórter News - www.reporternews.com.br
Policia MT
Sábado - 25 de Maio de 2013 às 08:54
Por: Katiana Pereira

    Imprimir


Reprodução
Professor João Henrique Botteri Negrão
Professor João Henrique Botteri Negrão

O professor da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus de Rondonópolis (212 km de Cuiabá), João Henrique Botteri Negrão, 64, encontrado morto na sua própria residência na noite de domingo (19) passado, denunciou a violência na cidade em um artigo de opinião publicado no jornal de circulação diária A Tribuna

O texto é iniciado revelando que a intenção era “chamar a atenção das autoridades para o grave problema que está passando o Jardim Atlântico e seus arredores, no que diz respeito à segurança de seus moradores”, o texto parece um presságio. 

O artigo de Negrão foi publicado na edição que circulou no dia 19 de março deste ano, dois meses antes do autor ser assassinado por um tiro nas costas, na casa onde morava, localizada em uma chácara no bairro Jardim Atlântico.
O bairro em questão é tradicional na cidade, vizinho do campus da UFMT, onde residem professores, servidores e acadêmicos da Universidade. 

Negrão relata que os assaltos e roubos têm sido a se tornou a tônica diária dos habitantes do bairro. Ele relata que um supermercado foi assaltado em plena luz do dia, com trocas de tiros entre polícia e bandidos. O professor chamou a atenção para o fato de o estabelecimento comercial estar cheio de clientes no momento do tiroteio, situação que não inibiu a violência.

Outra situação descrita pelo professor foi o assalto a uma moradora do bairro, que segundo relato de Negrão, foi rendida no ponto de ônibus por dois indivíduos que teriam levado todo o seu pagamento, marmita, relógio e documentos. A maior indignação, no entanto, foi o fato dos bandidos terem chamado a trabalhadora de vagabunda. “É o cumulo a inversão de valores”, ressaltou o mestre. 

A nostalgia também é parte do desabafo do professor. “Conversando com moradores mais antigos daqui, me lembraram de que houve um tempo que funcionava uma subdelegacia no prédio (que pertence a Prefeitura) onde funciona ou pelo menos está escrito em suas paredes, os Escoteiros”, relembrou.

O professor termina o artigo fazendo um apelo às autoridades, clamando pela reativação da subdelegacia. “Vamos dar um pouco mais de paz para os moradores desta região. Tenho conversado com alguns comerciantes do local e eles se propõem, além de dar todo o apoio moral, fazer uma arrecadação para comprar uma escrivaninha, geladeira e outros elementos que forem necessários para o funcionamento da subdelegacia. Este é o nosso apelo”, finalizou.

O crime 

O professor foi encontrado pelo amigo identificado por Francisco Alves de Araújo quando foi até portão da chácara onde Negrão morava e chamou pelo nome. Sem resposta, Francisco pulou o portão e entrou na casa e não encontrou ninguém, ao chegar na área dos fundos, achou João Henrique deitado de bruços no gramado com uma mancha de sangue nas costas.

Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada, mas o professor já estava sem vida. Os vizinhos foram interrogados e informaram que ouviram barulho de tiros na noite de sábado por volta das 22 horas. 

Segundo a Polícia Militar, a bala atravessou o corpo da vítima e com base em investigações preliminares não foi roubado nada da vítima, pois a carteira dele estava em cima da mesa, com cerca de R$ 500 e os dois carros da família não foram levados.

Confira o artigo 

Jardim Atlântico pede socorro

“De uns tempos para cá, os assaltos e roubos têm sido a tônica diária dos habitantes do local”

Escrevo este artigo com o intuito de chamar a atenção das autoridades para o grave problema que está passando o Jardim Atlântico e seus arredores, no que diz respeito à segurança de seus moradores.

De uns tempos para cá, os assaltos e roubos têm sido a tônica diária dos habitantes do local. Há menos de um mês, um supermercado no centro da vila foi assaltado em plena luz do dia (por volta das 16h) e houve troca de tiros com a polícia isto, com o estabelecimento cheio de clientes, pondo em risco mais uma vez, quem estava fazendo suas compras. 

Poucos dias depois, veja a cara de pau e o sentido de impunidade dos bandidos, também por volta da mesma hora, dois motociclistas apontam uma arma para um outro e o fazem descer da moto levando-a sem contar, evidentemente, com os inúmeros roubos às residências.

Porém, o máximo foi uma trabalhadora amiga nossa, que por volta das 6h30 da manhã, indo para o seu trabalho, foi rendida no ponto de ônibus por dois indivíduos que levaram todo o seu pagamento, sua marmita, relógio e seus documentos e ainda, pasmem, a chamaram de vagabunda. É o cumulo a inversão de valores.

Isto, já se tornou tão comum que todos aqui sempre têm um caso de um amigo, um conhecido ou dele mesmo para contar.

Conversando com moradores mais antigos daqui, me lembraram de que houve um tempo que funcionava uma subdelegacia no prédio (que pertence a Prefeitura) onde funciona ou pelo menos está escrito em suas paredes, os Escoteiros. Aí pergunto, não seria o caso de reativar esta subdelegacia, pois os policiais localizados distante daqui, por mais boa vontade que tenham, dificilmente chegam a tempo de coibir estes assaltos.

Desta forma, vai um apelo às autoridades. Vamos reativar esta subdelegacia, vamos dar um pouco mais de paz para os moradores desta região. Sabemos que este fenômeno não se restringe somente no Jardim Atlântico e seus arredores, porém, devido ao fato de estar distante do centro e não ter mais um contingente de policiais que preventivamente coíba estes roubos, está sendo tranquilo para os assaltantes. Aliás, tenho conversado com alguns comerciantes do local e eles se propõem, além de dar todo o apoio moral, fazer uma arrecadação para comprar uma escrivaninha, geladeira e outros elementos que forem necessários para o funcionamento da subdelegacia. Este é o nosso apelo.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://www.reporternews.com.br/noticia/19080/visualizar/