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Internacional
Domingo - 28 de Outubro de 2007 às 16:24

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Túnis, 28 out (EFE).- A conferência de paz sobre a região sudanesa de Darfur continua parada dois dias depois de seu início, apesar dos esforços realizados pela ONU e pela União Africana (UA) para conseguir a participação de todos os movimentos rebeldes.

Os seis grupos guerrilheiros de Darfur que participam da reunião solicitaram hoje a suspensão dos debates para pedir aos principais grupos opositores que se juntem à conferência.

A reunião na cidade de Sirte (Líbia) começou no sábado com a ausência do Movimento para a Justiça e a Igualdade (MJI) e do Movimento de Libertação do Sudão (MLS), os mais representativos da rebelião sudanesa.

As ausências foram tidas pelo líder líbio, Muammar Kadafi, como o "fracasso" da reunião.

De 12 grupos rebeldes, apenas seis compareceram à conferência.

Os seis pediram hoje ao enviado especial da ONU para Darfur, Jan Eliasson, e a seu homólogo da UA, Salim Ahmed Salim, para que negociem a participação dos grupos ausentes, "porque sem todas as partes envolvidas no conflito não é possível chegar à paz", segundo um comunicado.

Até agora, o único resultado obtido na reunião de Sirte foi a declaração unilateral de cessar-fogo em Darfur pelo Governo sudanês, uma medida destinada a promover a paz na região.

Tal decisão de Cartum foi contestada pelos rebeldes presentes em Sirte, os quais afirmaram que outras tentativas de chegar a uma interrupção das hostilidades não tinham dado nenhum resultado.

A tarefa de mediação de Eliasson e Salim se complicou desde o início pelo fato de a rebelião sudanesa ter se fragmentado em 12 movimentos surgidos de cisões no MJI e no MLS, cujos líderes, Khalid Ibrahim e Abdelwahab Nour, respectivamente, decidiram não comparecer a Sirte.

"A rebelião não tem um único líder, e fazer com que todas as partes entrem em acordo é uma tarefa complicada que ainda não foi possível", admitiu hoje à imprensa um porta-voz das Nações Unidas.

Por isso, a dúvida dos observadores diplomáticos é saber se a conferência foi organizada de maneira precipitada e sem ter a segurança da presença dos principais protagonistas do conflito de Darfur.

Em maio de 2006, houve uma tentativa fracassada, e conduzida apenas pela UA, de se chegar à paz na região, por meio da convocação de uma conferência na cidade nigeriana de Abuja para apresentar um acordo de desmilitarização de grupos guerrilheiros.

O acordo de Abuja foi assinado apenas por um grupo rebelde, uma das facções do MLS dirigida pelo chefe tribal Minni Minnawi, enquanto os outros movimentos o rejeitaram e o consideraram inválido.

Eliasson declarou na tarde de hoje que não tem a intenção de encerrar o encontro sem que se chegue a um compromisso entre o Governo sudanês e os rebeldes, em confronto desde fevereiro de 2003 numa guerra civil que já fez deixou cerca de 200 mil mortos e mais de dois milhões de refugiados.

A ONU não quer dar o braço a torcer diante da proximidade do envio em dezembro próximo de uma força militar de 26 mil homens, em ação conjunta com a UA destinada a proteger aos refugiados.

A criação desse contingente foi aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas e negociada com o presidente sudanês, Omar al-Bashir; entretanto, caso não haja a formalização de um cessar-fogo entre todas as partes, é possível que existam atrasos na formação da força internacional de contenção.

Hoje, um porta-voz da UA também deu menos importância à ausência dos grupos rebeldes mais importantes em Sirte e afirmou que o fundamental era que as negociações de paz começassem.





Fonte: EFE

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