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Saúde
Domingo - 07 de Outubro de 2007 às 08:48

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Dor e fadiga são os primeiros sinais de que uma prótese pode ser de má qualidade ou falsa, adverte o ortopedista Francisco Matheus Guimarães, de 53 anos, diretor do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), unidade que é referência nacional no tratamento de doenças ósseas.

Uma prótese de boa qualidade, feita normalmente com metal nobre e revestimento adequado de plástico, costuma durar mais de 20 anos sem prejudicar o organismo. Já as conseqüências de material com procedência duvidosa variam de infecções fatais à ruptura. “O paciente começa a sentir dor e tem que ser submetido a exames para trocar por material adequado”, afirma o diretor do Into.

As suspeitas sobre próteses falsificadas surgiram depois da operação Metalose da Polícia Federal em que foi presa uma quadrilha que falsificava próteses ortopédicas a partir de material sucateado. Mas, para o diretor do Into, o problema ainda é de polícia e não de saúde pública. A PF informou que vai rastrear a produção de próteses falsas.

A ação foi batizada em referência à conseqüência mais perigosa do implante de má qualidade. “Metalose é uma infecção causada por substâncias liberadas de um metal que não está mais adequado para ser usado”, explica o médico.

O ortopedista recomenda como primeira providência em casos de dor ou fadiga da articulação com implante que o paciente procure o médico que a colocou. “Tem que saber a procedência da prótese. Se não tiver solução, procure outro médico”.

Sem corporativismo, o médico defende uma atitude intolerante dos cirurgiões na hora de dúvida sobre procedência do material da prótese. A opção tem que ser a de melhor qualidade, diz o ortopedista. “Os médicos tem que ser rígidos nas posições. Se você aceita (material de má qualidade), passa a ser culpado da situação se algo acontecer com paciente”.

Nos casos de próteses de fabricantes internacionais idôneos que apresentem problemas de fabricação, o ortopedista explicou que pode chegar a ter "recall" nas séries de produtos identificados com problemas de fabricação.

Segundo o diretor do Into, não há "expertise e capacidade" para controle de qualidade dos produtos nacionais, embora a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tenha registros de especificações das próteses ortopédicas aqui produzidas para saber se são adequadas aos padrões exigidos.




Fonte: G1

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