Empresário se filia ao PMDB e se torna ameaça aos Henry e aos Fontes em Cáceres

Será um dos maiores acontecimentos políticos na cidade de Cáceres. Depois de muitos anos de relutância, o empresário Francis Maris Cruz, dono do Grupo Cometa, se filia ao PMDB de Cáceres nesta sexta-feira. E chega, evidentemente, como mais um nome para a disputa da Prefeitura de Cáceres, em 2008. Mais que isso: uma ameaça latente ao poder dos Henry na cidade e também aos Fontes, que disputam acirradamente o controle eleitoral no município. Atualmente a Prefeitura é administrada por Ricardo Henry, irmão do deputado federal e líder do clã, Pedro Henry, do PP.

O ato de filiação de Francis está programado para às 15 horas no Plenário da Câmara e deverá contar com a presença do vice-governador Silval Barbosa, do deputado federal Carlos Bezerra, presidente estadual do PMDB e de lideranças nacionais, como o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) e o presidente do partido, deputado Michel Temer, além do deputado Henrique Alves, líder da bancada peemedebista na Câmara Federal e ex-governador do Rio Grande do Norte.

A caravana que vai à Cáceres prestigiar a filiação de Francis também deverá contar com a presença das lideranças do partido no Estado, entre os quais os deputados José Carlos do Pátio, que lidera a preferência pela Prefeitura de Rondonópolis, Juarez Costa que disputará a prefeitura de Sinop, Daltinho que é pré-candidato e lidera as pesquisas para prefeito de Barra do Garças e Walter Rabelo que lidera com folga para prefeito de Cuiabá.

Francis ingressará no PMDB depois de ter sido convidado pelo PDT, PSB, DEM, PSDB, PPS, PSC, PR e até pelo PT. A decisão foi tomada após o empresário se reunir com representantes de vários partidos de centro-esquerda que fazem oposição a atual administração de Cáceres.

Apesar da decisão da filiação, Francis não assume publicamente a pré-candidatura a prefeito em 2008. “Estou me filiando para ser mais uma opção, isso não significa que serei candidato” - explicou, lembrando que há outros nomes com grandes possibilidades como são os casos do ex-prefeito Túlio Fontes, do vereador Wilson Kishi e da arquiteta Fernanda Martins, do próprio PMDB.

Mesmo não querendo assumir uma pré-candidatura, Francis não poderá evitar que durante o ato de hoje seu nome seja lançado pelo partido para a disputa da Prefeitura de Cáceres no ano que vem. Além dele, a arquiteta Fernanda Martins também alimenta o desejo de disputar mais uma vez a Prefeitura cacerense pelo PMDB. Mas, segundo fontes do partido, Fernanda estaria disposta a abrir mão da sua candidatura para apoiar o nome de Francis.

A ida de Francis para o PMDB praticamente define o quadro político para 2008. Além do prefeito Ricardo Henry (PP), Cáceres teria hoje como pré-candidatos a prefeito no ano que vem, o ex-prefeito Túlio Fontes (DEM), o vereador Wilson Kishi (PDT) e Francis da Cometa (PMDB).

Cientes de que separados não conseguiriam derrotar o atual prefeito, os três e os demais partidos de oposição há dias já discutem a formação de uma chapa única. Varias opções de composição estão sendo discutidas. A chapa com Túlio como prefeito e Francis de vice é o sonho da militância do DEM e do PSDB. O mesmo desejo é alimentado por correligionários do PDT do vereador Wilson Kishi. Há também opções com Francis como candidato a prefeito e Adilson Reis ou Leonel do Incra com vice. Mas, os que defendem a candidatura de Francis acham que e ele dever ser o candidato a prefeito e se dividem quanto ao possível vice.

O gargalo a ser rompido para se criar um bloco de oposição capaz de enfrentar a estrutura do atual prefeito está no fato dos pré-candidatos se disporem a abrir mão dos seus interesses e vaidades pessoais em nome de um projeto político alternativo. “Se quiserem tirar o Ricardo da Prefeitura os partidos de oposição não poderão antecipar a discussão sobre quem será o candidato. Isso estragaria toda a articulação”, disse um deles, afirmando que somente a polarização da disputa traria uma briga equilibrada para as eleições do próximo ano em Cáceres.

Nas últimas eleições, vencidas pelo prefeito Ricardo Henry, havia cinco candidaturas: Túlio Fontes (PFL), Ricardo de Freitas (PSTU), Da Silva (PSB) e Fernanda Martins (PMDB). Na época, Túlio era o prefeito e Ricardo Henry era o terceiro na preferência do eleitor. Com uma grande estrutura, apoio do governador Blairo Maggi e empenho pessoal do deputado Pedro Henry, Ricardo reverteu um quadro desfavorável e conseguiu vencer as eleições.