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Educação/Vestibular
Segunda - 13 de Agosto de 2007 às 19:02

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BRASÍLIA, 13 de Agosto – A Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados promoveu nesta segunda-feira (13) a primeira parte do Ciclo de Seminários Internacionais. O objetivo é debater a educação no século XXI e conhecer modelos de sucesso de reformas educacionais que deram certo no mundo. Para expositores estrangeiros dos Estados Unidos e Coréia do Sul, iniciar uma reforma educacional requer atenção e disponibilidade para debater o tema a exaustão. Segundo eles, qualidade não é questão de nível, mas de condições que promovem o desenvolvimento da educação.

O ministro da educação, Fernando Haddad, afirmou durante abertura do evento, que o encontro ajudará o governo federal a se espelhar em bons exemplos para que o Brasil consiga reverter o quadro que apresenta atualmente. “Temos de melhorar os índices do Ideb, valorizar os professores, reconhecer a importância de uma boa gestão”. Haddad disse ainda que o encontro é uma grande oportunidade de se promover melhoras na educação. “Está na hora de encontrar a solução e nada melhor do que trocar experiências com outros países para aprender”, concluiu o ministro em seu discurso de abertura.

O início do evento contou com a palestra do professor e especialista norte-americano em reformas educativas, Stephen Heyneman, da Universidade de Vanderbilt, nos E.U.A. Para ele, é preciso que governantes tenham uma visão geral do assunto, entendendo suas características e identificando os critérios que fazem, por exemplo, da Coréia do Sul, Chile e Irlanda países modelos em educação. “Não temos de saber o que é reforma educativa e sim o que ela não é. Ela somente não garante a melhora da educação. A reforma exige mudanças. Não é algo simples, pois a negociação com o público é delicada”, explicou Stephen.

Segundo o especialista, qualquer mudança envolve risco a tradição e afeta um sistema inteiro, desde as finanças do governo até o futuro das crianças. “É complicado, pois um governo pode cair ou então cairá a reforma. O futuro das crianças depende de planejamento e o retorno poderá ser imediato ou não”, afirmou o professor.

Stephen Heyneman disse ainda que iniciar a reforma educacional é um risco político. “ uma boa reforma só acontece depois de muitos debates. A mudança pode até ser atrasada, mas nunca evitada”. Ele acrescentou acreditar que “ aqui no Brasil o momento chegou, como um dia aconteceu na Coréia do Sul e no Chile. É preciso estudar e correr o risco”.

A situação educacional da Coréia do Sul foi exposta pelo presidente do Korean Education Development Institute e professor do Departamento de Educação da Universidade Nacional de Seoul, Chong Jae Lee. Segundo ele, há pontos importantes para ressaltar dentro de uma reforma educacional. “A qualidade das escolas, o número de aluno por sala de aula e o salário dos docentes, são pontos primordiais que deram certo na Coréia do Sul. Isso tudo é investimento”, exemplificou Chong Jae Lee.

REALIDADE – O deputado federal Rogério Marinho (PSB-RN), participou do evento como presidente da mesa e mediador dos debates entre participantes e expositores, ao lado do coordenador e presidente da Comissão de Educação e Cultura, deputado Gastão Vieira (PMDB-MA). Para Marinho, o investimento em educação no Brasil é medíocre. “Para atingirmos um nível comparável ao dos países mais avançados em termos educacionais, teríamos de investir aproximadamente R$ 2 mil por aluno. Temos um claro desequilíbrio no financiamento público da Educação no Brasil”, concluiu.

Segundo ele, é importante discutir como fazer crescer o financiamento em todos os níveis governamentais e assim o Brasil terá um verdadeiro financiamento da Educação Básica. “Poderemos começar a implementar a revolução educacional rumo ao crescimento sustentado e ao verdadeiro combate à pobreza e desigualdade”, afirmou o deputado. Participaram da abertura do Encontro, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia; o ministro da Educação, Fernando Haddad; e o vice-presidente do Sistema Sesc-Senac, senador Adelmir Santana (DEM-DF), representantes de entidades estrangeiras, Unesco, Conselho de Secretários de Educação (Consed), parlamentares e especialistas da área. Eles estarão reunidos durante três dias no Anexo II, Auditório Nereu Ramos, na Câmara dos Deputados.





Fonte: Agência Informe

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