Os pistoleiros voltaram e as execuções por "encomenda" já somam 112 este ano

Os pistoleiros voltaram. Dos 188 assassinatos registrados este ano na Grande Cuiabá, 112 foram execuções - execuções são crimes de homicídios onde as pessoas são mortas por encomenda, de surpresa por pistoleiros, sem um mínimo de defesa -, sumárias. Na semana passada um homem foi encontrado morto com quatro tiros na cabeça e amarrado com as mãos para trás em Várzea Grande. Na madrugada de domingo, em Cuiabá, cinco homens invadiram uma casa e assassinaram um traficante com 11 tiros, quatro deles na cabeça. Ontem à noite, quatro ladrões brigaram, um foi morto com três tiros e um foi baleado.

O veterano assaltante José Rodrigues de Freitas, o “Zezinho”, de 52 anos, ex-presidiário, com diversas passagens pela Polícia e com mandado de prisão em aberto por crime de roubo, foi executado com três tiros: um no pesco e dois em cima do coração.

Freitas estava em companhia do também assaltante Mauro Gonçalves Pina, 37, com passagens pela Polícia por roubo de carreta. Os dois foram levar o Gol cinza, placa DOR-0553, de propriedade de Freitas, para dois homens comprarem na cidade de Várzea Grande (Grande Cuiabá).

Os quatro saíram juntos em direção a localidade conhecida como Limpo Grande, na zona rural de Várzea Grande, onde os dois pegariam uma quantia em dinheiro para comprar o carro. Lá os quatro se desentenderam e começou uma briga entre Freitas e um deles.

Um dos supostos compradores do carro sacou de uma arma e anunciou um assalto, mas Freitas se atracou com ele. O bandido disparou o primeiro tiro e Freitas foi atingido no pescoço. Depois ainda levou mais dois tiros no peito esquerdo, morrendo na hora. Uma das balas ainda atingiu de raspão uma das orelhas de Pina e foi parar no Pronto-Socorro Municipal de Várzra Grande (PSM-VG).

Os dois bandidos fugiram com o Gol e R$ 2 mil em dinheiro de Freitas. O carro, no entanto, foi abandonado pelos dois latrocidas – ladrões que matam para roubar, no pátio do Posto Canário, na zona urbana de Várzea Grande.

Policiais da Delegacia de Homicídio e Proteção a Pessoa (DHPP) foram acionados. Fizeram a liberação do cadáver e iniciaram as investigações. Até a manhã de hoje, no entanto, ainda não havia levantado nenhuma pista dos dois assaltantes matadores.

A MATANÇA

A DHPP não possui estatística de crime de execução. Todos os assassinatos são registrados como homicídios, simples ou qualificados. Os números, no entanto são bem visíveis para quem acompanha o dia-a-dia da Polícia Civil.

Sexta-feira (03-08) - Um homem sem documento e sem identificação é encontrado morto em adiantado estado de decomposição. Os peritos constataram que a vítimas levou muitos tiros, principalmente na cabeça. Além da execução, o desconhecido ainda foi morto com as mãos amarradas com as mãos para trás, características dos crimes de pistolagem por encomenda.

O corpo foi desovado - pessoa morta em um local e jogada em outro -, na Passagem da Conceição, em Várzea Grande. O corpo do desconhecido continua no Instituto Médico Legal (IML) sem identificação. Crime de autoria desconhecida.

Sábado (04-08) – Isaias Aparecido da Silva, de 22 anos, é executado com tiros na cabeça. O crime aconteceu na localidade conhecida como Avenida Alameda, um reduto de grande influência do tráfico de drogas no bairro Cristo Rei, em Várzea Grande. Crime de autoria desconhecida.

Domingo (05-08) – Obedio Ferreira Querobino, de 27 anos, conhecido traficante do bairro São João Del Rei (região do Coxipó, na periferia de Cuiabá) é executado com 11 tiros, quatro deles na cabeça.

Cinco homens: dois em uma moto e três em um veículo Celta chegaram à casa do traficante e o executaram na frente do tio da vítima, Adailton Rodrigues Ferreira, um senhor de idade avançada que levou um tiro no pé para ficar quieto. Crime com autores desconhecidos.

Segunda-feira (16-07) – O karateca Luciano Policarpo da Silva, de 15 anos, foi executado com três tiros. O crime aconteceu na praça do bairro Cidade Verde, em Cuiabá em pleno meio-dia. Dois homens chegaram de moto, atiraram e fugiram.

Terça-feira (18-07) – Néri de Souza, de 218 anos, foi encontrado morto com um tiro na cabeça por volta das 16 horas. O crime aconteceu dentro de uma chácara no bairro Três Barras, na periferia de Cuiabá.

Quarta-feira (19-07) - Diego Felipe Moreira, de 19 anos, levou dois tiros na cabeça no bairro Novo Terceiro pela madrugada em Cuiabá, e morreu à tarde no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC).