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Internacional
Quinta - 28 de Junho de 2007 às 05:26

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O grupo islâmico palestino Hamas criticou a indicação do ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair para ser o enviado especial do chamado Quarteto (formado por União Européia, Estados Unidos, ONU e Rússia) de mediadores de paz para o Oriente Médio.

A indicação de Blair para o cargo foi anunciada nesta quarta-feira, poucas horas depois de ele ter formalizado sua renúncia ao governo britânico. Após dez anos no poder, Blair foi substituído por seu ministro da Economia, Gordon Brown.

Os militantes do Hamas, que controla a Faixa de Gaza, afirmaram que Blair "não foi honesto nem prestativo" enquanto ocupou o cargo de primeiro-ministro.

"Conforme nossa experiência no tempo em que ele foi primeiro-ministro da Grã-Bretanha... ele não foi honesto nem prestativo na solução do conflito no Oriente Médio", disse um porta-voz do Hamas, Ghazi Hamad.

Hamad afirmou ainda que Blair sempre adotou "a posição americana e israelense".

A indicação de Blair foi bem-vinda por Israel e pela Autoridade Palestina.

O presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse que recebeu de Blair "a garantia de que vai trabalhar para chegar a uma solução pacífica baseada em dois Estados".

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, disse acreditar que "Blair pode ter um impacto favorável", segundo a porta-voz do governo israelense, Miri Eisin.

A Casa Branca também comemorou a indicação de Blair, mas procurou controlar as expectativas.

"Ele não é o super-homem, não tem uma capa", disse o porta-voz da Casa Branca Tony Snow.

"O que ele deve fazer é atuar como um facilitador agressivo entre o Quarteto e as partes interessadas para tentar encontrar maneiras de progredir onde no passado nós não vimos o tipo de progresso que gostaríamos", afirmou Snow.

O ex-primeiro-ministro ficará encarregado de negociar a retomada do processo de paz entre Israel e os palestinos em nome do Quarteto.

Entre as atribuições de Blair estarão mobilizar ajuda internacional para os palestinos e ajudar a desenvolver as suas instituições e a sua economia.

Mesmo antes da indicação, Blair foi indagado sobre o conflito no Parlamento britânico, na sua última sessão de perguntas e respostas como primeiro-ministro.

"A prioridade absoluta é tentar colocar em prática o que é hoje consenso na comunidade internacional: que a única forma de levar estabilidade e paz ao Oriente Médio é uma solução de dois Estados", afirmou.

Blair disse que uma solução de dois Estados vivendo lado a lado, um palestino e um israelense, é "possível", mas vai exigir muito trabalho e foco.

A indicação de Blair foi atrasada devido a reservas da Rússia.

Segundo observadores, a missão de Blair, pelo menos no início, deverá se concentrar mais em governabilidade, economia e segurança, e não tanto no conflito mais amplo entre palestinos e Israel.

O cargo de enviado especial do Quarteto estava vago desde abril de 2006, quando o ex-presidente do Banco Mundial James Wolfensohn renunciou em meio à frustração pela falta de progressos.

Segundo o editor de Oriente Médio da BBC, Jeremy Bowen, Blair terá uma tarefa árdua pela frente.

De acordo com Bowen, os israelenses gostam de Blair porque acreditam que o ex-premiê britânico está do seu lado. E os palestinos, em sua maioria, não confiam nele pelo mesmo motivo.





Fonte: BBC Brasil

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